ResumoNos últimos anos, a saúde do homem vem se configurando como um emergente campo de estudos no âmbito da Saúde Coletiva. No Brasil, a preocupação com esta temática encontra-se traduzida na recém--instituída Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH). Pautando-se na noção foucaultiana de discurso e nos pressupostos das teorias de gênero, este estudo teve como objetivo identificar e analisar alguns dos discursos que sustentam a PNAISH. Foram analisados textos e documentos oficiais do Ministério da Saúde bem como notícias jornalísticas referentes ao processo de construção, lançamento e implantação desta política no cenário brasileiro. Resultados apontam que a PNAISH surge a partir de uma decisão política e não de uma demanda reconhecida e compartilhada pelos homens, abrindo pouco espaço para participação nos processos decisórios e deliberativos. A vitimização e culpabilização dos homens pelo próprio adoecimento ainda se mostra como uma característica marcante no documento-base. A aná-lise dos discursos que constituem a PNAISH aponta para a complexidade que permeia o seu processo de implantação no País e para a necessidade de uma reflexão constante sobre seus pressupostos éticos e políticos, incidindo, assim, em possíveis reformulações que garantam a efetividade dos princípios do Sistema Único de Saúde.
Este artigo versa sobre as relações de poder e o exercício da violência nos atos médicos de psiquiatras de um hospital psiquiátrico público brasileiro. Valendo-se das noções de poder disciplinar e biopoder em Foucault, e das contribuições de Hannah Arendt sobre o conceito de violência e política, busca-se compreender o modo como os entrevistados se posicionam frente ao discurso psiquiátrico e qual o lugar reservado nesse discurso para os pacientes. Verifica-se como o discurso psiquiátrico asilar sofreu transformações após o início da reforma psiquiátrica, passando da exclusão sistemática da loucura para o imperativo de inclusão social. Conclui-se que o exercício da política, tal como Arendt o compreende, pode apresentar uma terceira via discursiva para um novo avanço na reforma psiquiátrica.
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