O objetivo principal deste trabalho é elucidar e analisar a dinâmica agrária sob a ótica da reprodução social dos agricultores do município de Rolador-RS. Para tanto, utilizou-se a Teoria dos Sistemas Agrários, operacionalizada por meio da Análise-Diagnóstico de Sistemas Agrários (ADSA), que prevê a construção de uma tipologia dos agricultores locais e, a partir disso, a realização de uma análise econômica dos tipos de agricultores. Após isso, os dados da estrutura fundiária são cruzados com os indicadores socioeconômicos para apreender a dinâmica agrária local sob a lógica da reprodução social. Finalizado o trabalho, ficou evidente a heterogeneidade que caracteriza o contexto agrário local, principalmente por conta dos tipos de agricultores que o compõem. Ademais, identificou-se uma intensa minifundização que contrasta com um processo de concentração produtiva. Além disso, uma parte dos agricultores locais encontra-se em dificuldade de reprodução social no contexto da agricultura de Rolador.
Neste artigo é desenvolvida uma abordagem das relações entre a formação dos preços e o desenvolvimento capitalista cujo ponto de partida é o processo de trabalho em sua articulação com a reprodução material da sociedade. Metodologicamente, isto se expressa pela consideração da agregação monetária de valor baseada no tempo de trabalho como o processo básico da formação dos preços, de acordo com a teoria do valor de Marx. A partir da demonstração de que o valor agregado é a categoria econômica que permite analisar a articulação do processo de trabalho com a reprodução material da sociedade, neste artigo foi também demonstrado que tal reprodução pode ser caracterizada como um processo em que riquezas, valores e preços, embora sujeitos à luta de classes, determinam-se reciprocamente ao longo do tempo. Neste processo foi evidenciado que uma equalização estável das taxas de lucro dificilmente pode ocorrer. Ao contrário, a adoção da taxa de lucro como critério microeconômico de decisão sobre a qual se baseia a sua contínua equalização, assim como o distanciamento do valor agregado em relação ao equivalente monetário do tempo de trabalho provocado pelo processo global de equalização das taxas de lucro, têm como consequência uma ineficiência alocativa que se mostra inerente ao capitalismo. A produção capitalista, assim, ao ser determinada pela dinâmica da própria acumulação do capital coloca-se em contradição com as necessidades sociais. Pelos seus efeitos perturbadores sobre a reprodução material da sociedade, tal contradição pode ser considerada como uma das causas fundamentais do caráter desigual do desenvolvimento capitalista.
A constatação de que o atual padrão dominante de desenvolvimento é incompatível com a sustentabilidade da vida na Terra e, portanto, das próprias sociedades contemporâneas, impõe-se de forma crescente. Ao mesmo tempo, também é possível constatar a disparidade que existe entre, de um lado, os métodos usualmente adotados pelas ciências, essencialmente reducionistas e, de outro, a complexidade dos problemas relacionados ao desenvolvimento e à sua sustentabilidade.Neste artigo, é realizada uma discussão das consequências epistemológicas da adoção de um conceito de desenvolvimento sustentável que pressupõe explicitamente que a biosfera e as sociedades humanas são sistemas complexos e abertos. Considera-se que a hegemonia positivista nas ciências naturais assim como da hermenêutica pós-moderna nas ciências sociais constituem obstáculos importantes para que a ciência possa contribuir positivamente para a solução dos problemas relacionados ao desenvolvimento e à sua sustentabilidade. Inicialmente, procura-se mostrar que o pressuposto da complexidade implica considerar que o desenvolvimento sustentável, longe de ser um estado específico, cujas características e formas de atingir seriam passíveis de serem definidas cientificamente, corresponde, sobretudo, a um processo que depende da própria capacidade evolutiva da sociedade como um todo. A promoção do desenvolvimento sustentável, nesse sentido, é incompatível com a noção positivista de um conhecimento científico infalível, cuja função seria a de proporcionar um controle crescente sobre a natureza e a sociedade. Por outro lado, o relativismo subjetivo e absoluto proposto pela hermenêutica pós-moderna diante da
Na modelagem de sistema de produção agropecuária, a possibilidade de combinar livremente as pastagens para a composição do sistema de alimentação dificulta a avaliação em termos probabilísticos da bovinocultura de leite. Neste trabalho, propõe-se um modelo de otimização que, utilizando uma abordagem não probabilista da incerteza, permite contornar este problema. A aplicação do modelo para a análise de uma unidade de produção agropecuária indicou que uma diminuição das culturas de grãos comerciais com a constituição de reservas de pastagens pode se constituir em uma estratégia interessante para minimizar as perdas econômicas em caso de queda de rendimento físico das forrageiras. Além disto, pelo fato de dispensar pressupostos estatísticos e basear-se em cenários que representam condições técnicas e econômicas que puderam ser facilmente discutidas com o agricultor, concluiu-se que a abordagem utilizada neste trabalho pode se constituir em um procedimento útil no planejamento de sistemas de produção sob incerteza.
O principal objetivo do trabalho é propor um modelo de simulação de sistemas dinâmicos para a análise do manejo de pastagens visando a maximizar o consumo de forragem pelos animais. A forrageira utilizada foi o azevém anual, pastado por bovinos adultos. Foram consideradas diversas variáveis como: lotação animal, taxa de crescimento do pasto, taxa de apreensão da forragem pelos animais, primeira entrada dos animais na pastagem após a emergência (início do pastejo) e ciclo de rotação (soma dos dias de pastejo e de descanso do pasto). Para simular o crescimento do pasto, foi utilizada a equação de Verhulst. Simulações efetuadas em um modelo computacional formulado no aplicativo Berkeley Madonna indicaram que, quando a entrada dos animais no pasto foi mais precoce (até os 73 dias), o sistema rotativo proporcionou um maior consumo de matéria seca pelos animais que o sistema de pastejo contínuo. Já quando a entrada dos animais no pasto foi entre os 74 e os 95 dias, o sistema contínuo proporcionou um maior consumo de matéria seca pelos animais que o sistema de pastejo rotativo. As simulações indicaram também que, quando o pastejo rotativo é iniciado precocemente (60 dias), o ciclo de 30 dias (um dia de pastejo e 29 de descanso) proporcionou maior consumo de matéria seca pelos animais. Já quando o pastejo rotativo é iniciado tardiamente (75 dias), variações da extensão do ciclo de rotação tiveram pouca influência sobre o consumo de matéria seca pelos animais.
Resumo:Os municípios com menos de 20.000 habitantes do Rio Grande do Sul abrigam mais de um terço da população total do estado. A partir da hipótese de que a distribuição de renda, a população e a dinâmica da agricultura podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento desses municípios, foi elaborado um modelo macroeconômico que permitisse analisar a influência desses fatores sobre economias locais. Simulações efetuadas com esse modelo, aplicado a um pequeno município agrícola do norte do estado (Lagoa dos Três Cantos), indicaram que uma distribuição de renda mais equânime associada a uma diversificação da produção provocariam um aumento significativo da demanda de bens e serviços destinados ao consumo interno, com efeitos benéficos sobre o desenvolvimento econômico local, enquanto que o aumento da produção agrícola destinada às exportações teria um impacto reduzido sobre a economia local. As simulações apontaram ainda que a diminuição da população, como a que ocorreu no município entre 1990 e 2002, traz efeitos altamente negativos sobre a demanda agregada. Assim, concluiu-se que políticas de apoio à manutenção do emprego na agricultura e que estimulem as atividades não-agrícolas podem desempenhar um importante papel no desenvolvimento desse tipo de município.Palavras-chave: macroeconomia do desenvolvimento local, distribuição de renda, demanda agregada, desenvolvimento municipal, economia de municípios rurais.
O presente trabalho foi desenvolvido junto às unidades de produção familiar (UPFs) associadas à Cooperativa dos Produtores de Leite de Santa Maria (COOPROL) RS, com o objetivo de identificar o desempenho econômico e os sistemas de produção existentes entre as mesmas. Foram coletadas as informações de 53 propriedades, sendo identificados os seguintes sistemas de produção: a) leite e arroz com tração animal (TA) e superfície agrícola útil (SAU) média de 30ha; b) leite e arroz com tração mecanizada (TM) e SAU média de 54ha; c) leite e hortigranjeiros com TA e SAU média de 20ha; d) leite e hortigranjeiros com TM e SAU média de 50ha; e) leite e bovinos de corte com TA e SAU média de 40ha; f) leite e bovinos de corte com TA e SAU média de 308ha; g) leite e bovinos de corte com TM e SAU média de 80ha; h) leite estreme com TA e SAU média de 2 ha; i) leite estreme com TM e SAU média de 45ha. Os sistemas A, B, C, F, H e I apresentam um desempenho econômico por unidade de trabalho homem (UTH) superior ao salário mínimo regional, enquanto os sistemas D, E e G apresentam desempenho abaixo deste indicador.
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