Resumo O artigo discute o aproveitamento crítico da obra de Erich Auerbach no pensamento de Jacques Rancière desde a década de 1990, com ênfase na reflexão em torno da prosa de ficção moderna. Para ilustrar decorrências do modo como Rancière reafirma percepções e refuta juízos de Auerbach a respeito do tratamento do cotidiano na literatura, são comentados seus ensaios a propósito de Stendhal e Guimarães Rosa.
Este artigo discorre a respeito das contribuições e dos limites que a Criminologia Feminista apresenta à situação da mulher na atualidade. Estabelecendo uma relação entre esta Criminologia e a Criminologia Crítica, e sempre tendo em mente o processo histórico no qual o debate se insere, esta investigação tenta apontar a relação estabelecida entre a construção de leis positivas e a expansão do Estado penal, assim como indagar qual é o local de atuação ocupado pela crítica de esquerda hoje.
Através de olhares cruzados para a leitura da obra Povo em lágrimas, povo em armas de Didi-Huberman, publicada em 2021 pela n-1 edi ções, procuramos acompanhar a dialética entre lágrimas e armas pelas emoções. Ao levarmos em conta o percurso que o autor traça entre emoção, dor, apelos, afecções, sobrevivências e sensibilidades, elaboramos uma reflexão sobre as linhas do afeto que escorrem pelos olhos no lacrimejar das imagens. Se a emoção em si mesma é uma imagem, a insurgência das lágrimas na relação entre estética e ética nos coloca para fora de nós mesmos. Desse gesto coletivo de escrita, desenhamos uma rota por essa política da emoção que diz “nós”.
Nessa apresentação, procuramos discutir, em dois momentos, algumas questões suscitadas ao longo do processo de construção do dossiê “Interpretações do Brasil e dilemas contemporâneos”. O primeiro se refere à noção de “interpretações do Brasil”, de modo a ressaltar sua relevância teórica na contemporaneidade e discutir o estatuto da área de Pensamento Social no Brasil na atualidade. Em um segundo momento, tratamos mais diretamente alguns dilemas da contemporaneidade, tendo em vista o desafio de articulação de questões contemporâneas a autores considerados clássicos, que pensam o capitalismo e a modernidade a partir da periferia. Após essas considerações de ordem mais geral, realizamos uma breve apresentação dos artigos que compõem o presente dossiê.
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