Introdução: No Brasil, cerca de três milhões de pessoas tem sorologia positiva para Hepatite C. Recentemente, novas terapias têm proporcionado maior efetividade, segurança e conveniência no tratamento de pacientes com hepatite C. Contudo, poucos estudos comparam as diferenças entre as farmacoterapias a partir dos benefícios dos cuidados farmacêuticos. Objetivo: Avaliar os cuidados farmacêuticos em um grupo de pacientes com hepatite C. Métodos: Foram analisados 219 prontuários médicos e farmacêuticos de pacientes atendidos em um centro de referência do Estado de Sergipe, de 2000-2015. A identificação dos problemas relacionados aos medicamentos foi realizada por meio do método Pharmacist´s Workup of Drug Therapy, sendo classificados em sete tipos e agrupados em quatro categorias (necessidade, efetividade, segurança e adesão). Os esquemas terapêuticos utilizados por pacientes em tratamento da hepatite C no Estado de Sergipe empregaram Interferon Pegilado + Ribavirina e Interferon Pegilado + Ribavirina + Inibidores de Protease (Boceprevir e/ou Telaprevir). Resultados: Ao longo do estudo foi observado o uso de 93 fármacos diferentes, sendo 1,47 a média por paciente. Os pacientes que utilizaram a terapia mais recente apresentaram maior chance de cura (70%) que os usuários da terapia habitual. Os fármacos mais utilizados foram paracetamol (17,7%) e loratadina (6,3%) quando houve necessidade de tratamento adicional. A terapia adicional foi requerida em 62,4% dos tratamentos realizados. Quanto à segurança, a média de efeitos colaterais foi de 6,7/paciente (intervalo foi de 0 a 29 sintomas clínicos), resultando em alterações de doses e interrupção da farmacoterapia (n=82). Após as intervenções farmacêuticas, 21 (9,6%) dos pacientes que apresentaram efeitos colaterais tiveram o tratamento suspenso permanentemente. A análise dos prontuários permitiu ao farmacêutico identificar que dos pacientes que tiveram o tratamento suspenso definitivamente, apenas 12 tiveram recomendação clínica. A terapia assistida em pólo aplicador pode ter sido o motivo do alto grau de adesão ao tratamento observada neste estudo. Embora mais efetivo, o tratamento atual é considerado complexo, apresentando variabilidade nos resultados dos pacientes tratados com farmacoterapias de outras gerações. Assim, o farmacêutico precisou dar maior atenção aos casos em que houve mudança de formas farmacêuticas e vias de administração, aumentando a segurança dos pacientes. Conclusão: Os dados obtidos sugerem que os cuidados farmacêuticos podem contribuir para a identificação de problemas relacionados aos medicamentos e a realização de intervenções que melhoram a segurança de pacientes com hepatite C, principalmente quando usam terapias adicionais.
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