Introdução: Os autores descrevem o processo de tradução, adaptação cultural e validação do instrumento de medição de qualidade de vida de doentes com psoríase PDI (Psoriasis Disability Index). Métodos: Este questionário é composto por 15 perguntas relativas às últimas quatro semanas, agrupadas em cinco capítulos: atividades quotidianas, trabalho ou escola, relações pessoais, atividades de lazer e tratamento. O questionário foi traduzido de acordo com as normas vigentes para a validação transcultural dos instrumentos de medição em saúde. Resultados: Numa amostra de 171 doentes com idades entre os 16 e os 82 anos, 61,9% do sexo masculino, a va- lidade do conteúdo foi garantida pela realização do teste de compreensão e a fiabilidade foi verificada através do teste de reprodutibilidade (r=0,888) e da determinação da coerência interna (α=0,857). A validade de critério foi testada através da comparação dos resultados obtidos pelo PDI com os obtidos pelo PASI, tendo-se verificado uma correlação positiva (p <0,05) em todas as dimensões do questionário. Conclusões: Pode defender-se a qualidade de desempenho da versão portuguesa do PDI. O estudo das características psicométricas do PDI permite a utilização deste instrumento para a população portuguesa, quer em investigação científica quer na prática clínica. Persiste, no entanto, a necessidade de obter evidência de significância clínica e de normas nacionais de referência.PALAVRAS-CHAVE – Qualidade de vida; Psoríase; Questionários; Portugal.
Introdução: Os sem-abrigo têm um risco aumentado de doenças da pele. A permanência na rua, associada a cuidados de higiene e alimentação desadequados, a elevada prevalência de comportamentos aditivos e de patologia psiquiátrica torna esta população mais suscetível a doenças dermatológicas. O objectivo do trabalho foi fazer uma observação dermatológica, sempre que possível completa, dos sem-abrigo acompanhados pelo Projeto de Intervenção com os Sem-Abrigo do Concelho de Coimbra. Em caso de ser identificada patologia dermatológica, aquisição da terapêutica instituída ou orientação para consulta de Dermatologia. Em todos os casos sensibilização e educação para a importância dos cuidados com a pele. Material e Métodos: O estudo teve lugar entre 24 de fevereiro de 2018 e 19 de janeiro de 2019 avaliando utentes, voluntariamente inscritos, a residir em centros de acolhimento temporários de Coimbra (CAIS, Farol, Casa Abrigo Padre Américo) e apoiados pela equipa de rua Reduz, pelo Centro Municipal de Inserção Social e pelas associações Sol Nascente e VHIDA +. Além da observação dermatológica, eram recolhidos dados demográficos, peso, altura e os antecedentes pessoais (ex.: doença mental, comportamentos aditivos, infeção VIH). Alguns participantes preencheram ainda o questionário Dermatology Life Quality Index (DLQI). Resultados: As 111 pessoas avaliadas tinham uma média de idades de 47,0 anos, sendo 83,8% do sexo masculino, maioritariamente solteiros (60,7%) ou divorciados (29,9%), de nacionalidade portuguesa (86,5%) e com baixa escolaridade (63,9% com habilitações até ao 6º ano). As doenças de pele mais observadas foram eczemas, tinea pedis, onicomicose, dermatite seborreica e calosidades. Dos 54 sem-abrigo observados que preencheram o DLQI, a maioria (85,1%) referia pouco ou nenhum efeito sobre a sua qualidade de vida. Conclusão: A maioria das situações que encontrámos eram ligeiras e facilmente tratáveis, o que associamos aos bons cuidados de alimentação e higiene existentes nos centros de acolhimento temporários, bem como à articulação existente entre estas unidades e os cuidados de saúde primários. Os nossos dados foram obtidos numa população de sem-abrigo sem casa, a residir em alojamentos temporários, e não serão certamente representativos da patologia dermatológica que poderíamos encontrar numa população de sem-abrigo sem teto, onde a permanência na rua, associada a cuidados de higiene e alimentação desadequados, se traduziria certamente, quer em maior prevalência quer em maior gravidade da patologia dermatológica.
Doente do sexo masculino, com 58 anos de idade, observado na Consulta de Dermatologia por lesão heterogeneamente pigmentada, circular, com 15mm de maior diâmetro, localizada à parede abdominal. O doente afirmava ter nessa localização um “sinal com mais de 30 anos”, que no entanto tinha “começado a crescer” desde há 3 anos. A lesão foi submetida a excisão cirúrgica sob anestesia local, cujo estudo histológico confirmou o diagnóstico clínico de Melanoma Maligno com 0,65 mm de espessura. Na sua história clínica destacava-se o seguimento na consulta de Gastroenterologia dos CHUC por colite ulcerosa, tendo iniciado, por falência da terapêutica prévia (5-ASA, corticosteroides, azatioprina) tratamento com Infliximab 5mg/Kg endovenoso há 3 anos. Perante o diagnóstico de Melanoma Maligno foi efetuado alargamento das margens de excisão e estabelecido contacto com o Gastroenterologista assistente, tendo sido suspensa a terapêutica com Infliximab.Conclusão: O nosso caso realça a necessidade de uma observação dermatológica completa antes do início da terapêutica anti-TNF-α bem como da realização de consultas de follow-up regulares.
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