• Os autores declaram que não há conflito de interesse.
ResumoObjetivo: este trabalho tem como objetivo relatar um caso raro de defeito ósseo de Stafne, discutindo o diagnóstico, características clínicas, radiográficas e forma de tratamento. Relato de Caso: paciente do sexo feminino, 63 anos de idade, apresentando um defeito radiolúcido em região anterior de mandíbula. Além do exame físico, a paciente foi submetida à radiografia periapical convencional, radiografia panorâmica e tomografia computadorizada do tipo Cone Beam. Diante dos aspectos clínicos, radiográficos e da ausência de sintomas, o diagnóstico foi de defeito ósseo de Stafne. A paciente não foi submetida à cirurgia e segue em acompanhamento clínico e radiográfico de 2 anos. Conclusão: sendo assim, é necessário realizar adequadamente os exames de rotina prévios aos procedimentos cirúrgicos.
The Stafne defect in the anterior region: a case reportIntrodução O defeito ósseo de Stafne também chamado de cisto ós-seo de Stafne, cisto ósseo latente ou cisto ósseo estático foi descrito como uma lesão radiolúcida assintomática, localizada próximo ao ângulo da mandíbula.1 Foi descrito pela primeira vez, em 1942, por Stafne, que relatou 35 lesões radioluscentes, ovoides, com margens ósseas definidas, assintomáticas, localizadas perto do ângulo mandibular, a que chamou de cavidades ósseas situadas no ângulo da mandíbula.
2A etiologia e patogenia desse defeito ósseo permanecem incertas. Geralmente, essa condição tem predileção pelo sexo masculino e é observada neste grupo em 80% a 90% de todos os casos.
1Com incidência na quinta e sexta décadas de vida, envolvendo a mandíbula de forma unilateral e raramente de forma bilateral. Clinicamente, pode apresentar uma interrupção da continuidade da margem inferior da mandíbula e gerar uma depressão palpável nesta área. Não apresenta sintoma e, em geral, o diagnóstico é realizado pelas características clinicas e radiográficas. Os exames de imagem mais utilizados para o diagnóstico são radiografia panorâmica, tomografia computadorizada e ressonância magnética.4 Durante a avaliação por imagem pode-se observar uma imagem típica radiolúcida, unilateral, abaixo do canal alveolar inferior, geralmente entre os pré-molares inferiores e o ângulo da mandíbula, com espessamento do osso cortical e medindo, aproximadamente, de 5 a 30 mm.5 Uma tomografia computadorizada de feixe cônico proporciona a visualização de uma imagem de forma arredondada, hipodensa, bem delimitada por um halo hiperdenso, sobreposta ao canal mandibular. Ainda pode-se notar uma depressão óssea na cortical lingual do corpo da mandíbula, com limites nítidos e com integridade da cortical óssea vestibular.
6A prevalência dos defeitos ósseos de Stafne, descritos na literatura, varia de 0,1% para 0,48%. 7 E, em uma prevalência ainda mais rara e com diagnóstico difícil, essa condição é descrita na região anterior. Nestes casos, está localizada próxima a área de incisivos, caninos ou pré-molares, acima do músculo milo-hioideo e associada à inclusão do tecido da glândula...