A internacionalização dos lugares tem influenciado as dinâmicas territoriais, especialmente pelos interesses econômicos. Tal fato provoca discussões entre os atores sociais locais para pensar o território. Nesse sentido, a pesquisa teve como objetivo analisar a atuação do Estado e dos atores sociais locais na promoção de políticas territoriais para o setor vitivinícola. Optou-se como lócus a Bairrada, que se constitui em uma das rotas vitivinícolas e gastronômicas de Portugal. Ainda que sua emergência seja região Denominação de Origem - DO, o enfoque foi de território. Para a pesquisa, o aporte teórico-metodológico foi centrado no desenvolvimento territorial, considerando a tipologia dos atores sociais, públicos e privados, os tipos de ações, as redes de circulação e de comunicações, a relação espaço/tempo nas territorialidades e nas relações para o desenvolvimento. A pesquisa foi organizada em dois momentos. No primeiro, realizou-se uma breve revisão bibliográfica e documental. No segundo momento, tratou da pesquisa empírica na Bairrada com entrevistas, entre gestores públicos e privados. Os resultados indicam que o território da Bairrada tem apresentado um desenvolvimento positivo, direcionando para um desenvolvimento desejável (normativo) e mais dinâmico.
Os processos históricos de construção e reconstrução socioeconômica e cultural na relação com o entorno ambiental, resultam em um conjunto de ativos e recursos, materiais e imateriais, que se acumulam ao longo da história num determinado território, ou seja, se referem-se ao patrimônio territorial. Nestes processos, a dimensão social adquire importância, pois compreende as diferentes relações que ocorrem nas sociedades e destas com a natureza. Este artigo tem como objetivo estabelecer uma reflexão sobre a dimensão social do território a partir da abordagem territorial do desenvolvimento. O texto está organizado em seções, nas quais são explicitados os pressupostos epistemológicos, detalhados os componentes básicos que nos permitam compreender a dimensão social e apresentada possível procedimentos de coleta e análise dos dados, capazes de orientar pesquisas que tenham como foco o patrimônio territorial a partir da dimensão social. Trabalhou-se com três grandes componentes e dezoito variáveis, a partir de uma abordagem transdisciplinar, multidimensional e multiescalar, que esteja atenta às grandes transformações em curso nas sociedades mundiais, mas, ao mesmo tempo, mantenha sensibilidade para perceber as manifestações dos diferentes atores e o desenho dos diversos cenários.
A dimensão social compreende as diferentes relações e estruturas constituídas pelos seres humanos nas interações que estabelecem entre si e com a natureza. No artigo busca-se aprofundar as discussões sobre a dimensão social, a partir da abordagem territorial do desenvolvimento. Apresenta-se os pressupostos teórico-metodológicos que orientam a reflexão em relação aos componentes centrais da dimensão social: as relações de trabalho e acesso aos bens e serviços produzidos nas sociedades; as formas de organização e interação que marcam as diversas sociedades específicas e os valores, normas e estruturas sociais das sociedades. O texto está organizado em duas seções: na primeira, busca-se detalhar os componentes, delimitar as variáveis que são capazes de demonstrar os aspectos básicos de cada componente e indicar os instrumentos propostos para a coleta dos dados a respeito de cada variável escolhida; na segunda, apresenta-se a escala de mensuração da ativação do patrimônio territorial, bem como o Índice da Dimensão Social. A reflexão sobre a dimensão social, em estudos centrados no patrimônio territorial, evidencia a necessidade de se trabalhar com grandes componentes e variáveis, a partir de uma abordagem interdisciplinar, multidimensional e multiescalar, atenta às grandes transformações nas sociedades mundiais e capaz de perceber as manifestações dos diferentes atores e o desenho dos diversos cenários
O presente trabalho discute os aspectos da modernização da agricultura e seus impactos sócio-espaciais no estado do Paraná, bem como a gênese e desenvolvimento das Vilas Rurais. As transformações recentes no cenário agrário paranaense foram amplamente condicionadas pela articulação do Estado e capital e se intensificaram a partir da década de 1970. Esse processo foi associado à disseminação das culturas modernas da soja e do trigo, responsáveis pelo aumento do movimento migratório dos agentes sociais, excluídos deste processo. Em meio a essas transformações e mudanças de significado do espaço rural, emergem as Vilas Rurais derivadas da urbanização. O sentido do programa Vila Rural condensa significados antagônicos: se, pôr um lado, beneficia os deserdados do progresso econômico; por outro, resolve a carência de mão-de-obra no campo paranaense. Neste sentido, a ambiguidade do programa é legitimada. Contudo, a condição de miséria em que a maioria desses assentados vivia, em parte foi amenizada pelo menos com habitação. Quanto às condições para mantê-los nas Vilas, dependerá do apoio contínuo do Estado, o que é preocupante, dado às rivalidades políticas.
O novo modelo de produção agrícola que se instalou no Brasil, entre as décadas de 1960 e 1970, efetivou-se de modo contraditório, uma vez que as políticas públicas de desenvolvimento rural corroboram com as desigualdades sociais no campo com a desterritorialização de milhares de trabalhadores rurais, especialmente no estado do Paraná. Tal processo contribuiu para organização de novos territórios e de novas territorialidades. Igualmente, nos últimos anos, na região de Campo Mourão, surgiram novos territórios no espaço rural e, dentre eles, os de trabalhadores rurais sem-terra: uma parte organizada na forma de assentamentos, implantados pelo poder municipal em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, outros na forma de acampamentos que se transformam, por meio da luta, em assentamentos. Para melhor compreensão desse movimento de des-re-territorilização dos trabalhadores rurais sem-terra, abordamos, na pesquisa, o processo da territorialização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST na Microrregião Geográfica de Campo Mourão. A pesquisa teve um caráter teórico e empírico com entrevistas e depoimentos dos trabalhadores rurais sem-terra dos assentamentos e dos acampamentos Irmã Dorothy e Nossa Senhora do Carmo, localizados no município de Barbosa Ferraz. Esses movimentos são formas de poder e de resistência à ordem estabelecida na sociedade capitalista.
A pesquisa tem por objetivo compreender a influência da internacionalização nas complexas relações sociais tecidas no território, bem como das estratégias praticadas para o desenvolvimento. Optou-se como lócus de observação a Bairrada, que se constitui numa das Rotas dos Vinhos de Portugal. Para a pesquisa, o aporte teórico-metodológico foi centrado no desenvolvimento territorial, considerando a tipologia dos atores e agentes, endógenos e exógenos, os tipos de ações, as redes de circulação e de comunicações, a filosofia de intervenção das ações, a relação espaço/tempo nas territorialidades e nas relações para o desenvolvimento. Para melhor aprofundar a análise dos cenários e para propor estratégias de desenvolvimento mais dinâmicas, utilizou-se da metodologia Swot/Tows. Os resultados indicam que o território da Bairrada tem apresentado um desenvolvimento positivo, direcionando para um desenvolvimento desejável (normativo) e mais dinâmico.
RESUMO Esta pesquisa teve como objetivo analisar a estrutura de regulação e coordenação do Arranjo Produtivo Local Médico-Odontológico do município de Campo Mourão-PR, o qual se destaca pela produção de produtos médico-odontológicos como autoclaves, filtros para hemodiálise, indicadores biológicos entre outros. Este aglomerado industrial é marcado por uma gestão público-privado onde o município juntamente com empresários criou diversos incentivos legislativos, para que o arranjo produtivo pudesse se modernizar e também desenvolver o município, porém considera-se que estas relações públicas privadas no sistema de gestão simplesmente buscaram beneficiar uma determinada classe social, cumprir seus interesses e não o da população do município. Palavras-chave: arranjo produtivo médico-odontológico; estrutura de regulação e coordenação; município de Campo Mourão.
As transformações recentes no cenário agrário paranaense foram amplamente condicionadas pela articulação do Estado e capital e se intensificaram a partir da década de 1970. Esse processo foi associado à disseminação das culturas modernas da soja e do trigo, responsáveis pelo aumento do movimento migratório dos atores sociais. E, neste contexto, o Estado coloca as Vilas Rurais no cenário rural paranaense. O artigo apresenta elementos destes territórios, bem como uma discussão sobre as territorialidades nas Vilas Rurais da microrregião geográfica de Campo Mourão.
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