Estudos sobre heterogeneidade linguístico-cultural nas aulas de língua estrangeira têm ajudado docentes a adequarem suas práticas de ensino às especificidades de um público plurilíngue e pluricultural. Todavia, no contexto do Português Língua Estrangeira (PLE), este fenômeno tem sido estudado sobretudo do ponto de vista cultural, deixando à margem a outra face igualmente importante dessa heterogeneidade: a linguística. Nossa proposta aqui é apresentar os primeiros resultados de uma pesquisa, de cunho etnográfico, voltada para a realidade plurilíngue de uma turma de PLE da Universidade Federal do Pará. Os dados coletados na forma de entrevista (dos alunos) e de observação de aulas receberam um tratamento qualitativo que compreende dois momentos de reflexão: o primeiro, com foco nos aspectos contextuais da pesquisa e nos sujeitos envolvidos; o segundo, com foco na maneira como os discentes lidam com o seu repertório bi(pluri)língue, notadamente no que concerne às suas representações linguísticas e às suas ações linguageiras. As primeiras análises apontam que a alternância de línguas é, por um lado, um dado incontornável em turmas bi(pluri)língues (embora ainda seja frequentemente olhada pelo viés da prática escondida que, se descoberta, provoca reprimenda, por parte do professor, e desestímulo por parte do aluno) e, por outro lado, um recurso didático que, devidamente gerenciado, é suscetível de tornar mais eficaz a aprendizagem da língua-alvo (aqui, o PLE). Daí a necessidade de se levar em conta os repertórios linguísticos desses alunos, utilizando esse saber numa perspectiva aberta e dinâmica que leve à ampliação da competência comunicativa dos aprendentes na língua-alvo. ---DOI: http://dx.doi.org/10.22409/gragoata.2017n42a863
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