O diálogo de Alcuíno, De rhetorica, teve muito sucesso na Idade Média, particularmente no século IX, tendo sido copiado várias vezes e circulado em vários lugares diferentes. Entretanto, apesar desse diálogo ter experimentado uma circulação substancial imediatamente após sua composição, os comentários sobre ele, escritos por estudiosos modernos, não refletem sua popularidade medieval. Neste artigo, farei um resumo das opiniões de estudiosos prévios a respeito de Disputatio de rhetorica de Alcuíno. Meu objetivo é compreender e demonstrar como estudiosos anteriores entendiam (ou não) a dualidade do diálogo, em outras palavras, como a seção sobre retórica e a seção sobre virtudes, ao final do texto, são capazes de coexistir em harmonia. Posteriormente, explorarei a questão que a maior parte dos estudiosos prévios ignoraram completamente: como o uso de Caio Júlio Victor por Alcuíno é mais importante para a compreensão da suposta dualidade textual do que previamente pensado. Assim, concluirei com a minha hipótese do porquê Alcuíno aborda a questão das virtudes cardeais ao final do diálogo, já desconecta da discussão sobre a invenção retórica, encontrada no De inuentione de Cícero.
Apresento aqui nova tradução completa e anotada em português do texto Disputatio regalis et nobilissimi iuvenis Pippini cum Albino scholastico. Esse importante texto de caráter didático é composto quase que inteiramente a partir de outros textos anteriores que circulavam nos domínios carolíngios e evidencia o processo de composição de Alcuíno de Iorque, baseado, senão na emulação, certamente na prática da coleção e mistura de exemplos passados. A tradução acompanha breve introdução e notas que explicitam as respostas dos enigmas mais difíceis.
Neste artigo, desejamos averiguar como Machado de Assis aproveitou os procedimentos formais de composição poética de Luciano de Samósata, autor da Antiguidade Clássica que deu continuidade à sátira menipéia. Embora a relação entre os dois autores seja de certa forma muito estudada e explorada pelos críticos, encontramos normalmente pesquisas que comparam apenas os romances de Machado de Assis com as obras de Luciano. Dessa forma, nosso intuito é constatar que é também possível notar em vários contos de Machado a aplicação do modo da sátira luciânica e que, pelo fato de suas obras serem fonte de estudo de diversas vertentes da literatura (além de outras áreas do conhecimento), pode-se também analisá-las por esse viés formal referente à sátira menipéia e a Luciano de Samósata. Desse modo, primeiramente, buscamos analisar as obras de Luciano em que ele discute sobre seu processo de construção poética, a fim de encontrarmos elementos formais de narrativa contumazes em suas obras. Em seguida, analisamos os textos Conto Alexandrino, A igreja do Diabo, Lágrimas de Xerxes e Entre Santos, de Machado de Assis, para identificar as semelhanças entre os dois autores em relação aos seus procedimentos poéticos.
RESUMO:O artigo visa apresentar ao leitor uma tradução inédita em português da vida dos rétores (que é parte da obra De Grammaticis et Rhetoribus) de Suetônio. Como introdução, discute-se o lugar do gênero Vita em relação ao gênero Historia. Ainda há uma explanação sobre o "prefácio" da obra, o qual Suetônio divide em: história da declamação e praeexercitamina, de modo que o "prefácio", então, não se enquadra no gênero Vita. PALAVRAS-CHAVE:biografia; gêneros; exercícios retóricos; declamação. THE RHETORIBUS OF SUETONIUS ABSTRACT:The article aims to provide the reader with an unprecedented Portuguese translation of the life of rhetoricians (which is part of the work De Grammaticis et Rhetoribus) of Suetonius. As an introduction, we discuss the place of genre Vita in relation to the genre Historia. There is still an explanation of the "Preface" of the work, which Suetonius divides into: history of declamation and praeexercitamina, so the "Preface," then, does not fit the genre Vita. KEYWORDS: biography; genre; rhetorical exercises; declamation.uetônio, autor da passagem do século I para o II da nossa era, escreveu, dentre muitas obras que não chegaram até nós, biografias ou, como eram chamadas pelos latinos, uitae. A obra traduzida aqui, De Rhetoribus, na verdade é a segunda parte de uma única obra, De Grammaticis et Rhetoribus, que, por sua vez, fazia parte de um projeto maior do autor de narrar as vidas dos homens S * Doutorando na University of York em Medieval Studies.
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