O artigo analisa a influência do movimento feminista na construção do PAISM (Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher), uma das principais políticas públicas voltadas às questões de gênero no Brasil, utilizando para tanto os marcos referenciais da teoria institucional. A fundamentação teórica do trabalho reside no chamado novo institucionalismo, entendido como uma importante perspectiva interpretativa, na medida em que destaca os aspectos simbólicos da produção e reprodução de políticas implementadas pelas organizações, para compreensão dos avanços, revezes e conquistas do movimento feminista em torno dos direitos de saúde da mulher. Trata-se de uma investigação de natureza qualitativa, baseada no acesso a fontes de dados secundários sobre o PAISM. Os resultados da análise indicam que os avanços do movimento feminista, tanto no âmbito internacional quanto nacional, somados ao contexto de redemocratização, resultaram em decisiva influência da sociedade civil na configuração de políticas de saúde voltadas às mulheres, buscando não apenas garantir melhores formas de acesso à saúde, mas também ampliar a compreensão da sociedade brasileira sobre as relações de gênero na contemporaneidade. A discussão a partir dos fundamentos do novo institucionalismo permitiu incorporar atores não governamentais e movimentos da sociedade civil na análise de políticas públicas, postura tão cara ao campo da gestão social.
Resumo O estudo procura discutir os impasses, desafios e perspectivas de atuação de organizações do Terceiro Setor na implementação de políticas sociais, no âmbito do Poder Local. A discussão volta-se para a delimitação terminológica do conceito de Terceiro Setor, através da co1strução de uma tipologia das diferentes organizações, movimentos e atores sociais que o compõem. Além disso, analisa-se o impacto do Terceiro Setor como espaço para renovação da gestão pública, discutindo-se sua relação com conceitos, tendências e práticas como participação popular, descentralização de políticas, accountabifity e conselhos populares. Procura-se levantar as estratégias de ação desenvolvidas por organizações do Terceiro Setor na implementação de bens e serviços sociais, com destaque para sua articulação com o Estado e organismos privados e/ou internacionais, financiadores de projetos sociais. São discutidos, também, os impasses e perspectivas de construção de modelos gerenciais em organizações não-governamentais, em especial a sua relação com a forma de ação do movimento social e os impactos sobre a gestão de mão-de-obra (voluntária e remunerada).
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