Trata-se da caracterização da evolução do sistema agrário da região do Marajó no estado do Pará, cuja abrangência corresponde a 16 municípios e uma área de 104.140 Km2, com aproximadamente 500 mil habitantes. Identificou-se 4 sistemas agrários: O Sistema Agrário Indígena (3.500 A.c até aproximadamente 1498 A.D); O Sistema Agrário Colonial (1498 – 1823); O Sistema Agrário da Economia da Borracha (1824-1950); O Sistema Agrário Contemporâneo (1950- até os dias atuais). O significado do arquipélago do Marajó, para o processo histórico de formação da sociedade amazônica, deve-se a sua posição de destaque na foz do rio Amazonas no caminho de acesso as minas de metais preciosos do Peru. Várias expedições européias, desde o século XIV, mantiveram contato com as manifestações sócio-culturais de grupos indígenas que ocupavam o Marajó, destaca-se a sociedade marajoara. A fundação da cidade de Belém, em 1616, promove a efetivação da ocupação portuguesa e implica a conformação de uma nova sociedade que transformará a região do Marajó em um local fornecedor de alimentos para a população citadina. Além dos conflitos com as sociedades indígenas, houve a introdução de atividades produtivas ligadas à criação pastoril, agricultura de caráter comercial e a exploração intensiva das drogas do sertão. Em síntese, ao longo dos últimos três séculos ocorreram várias transformações na dinâmica econômica e social da região do Marajó. Contudo, percebe-se que se mantém quase que intacta uma dinâmica própria de organização da agricultura de subsistência (sistemas agroextrativistas), além de formas de agricultura comercial, que resistem como um subsistema ao longo dos três últimos sistemas agrários identificados. O impacto ambiental e os conflitos fundiários que se estabeleceram conformaram a evolução de um sistema agrário que manteve certo grau de unidade entre as regiões de campo naturais e as regiões de floresta, no entanto, com exploração econômica e papéis diferenciados na construção do processo de acumulação e de articulação política com a sociedade regional e nacional. Podem ser evidenciadas como fato novo neste contexto histórico e geográfico da região do Marajó, as novas condições impostas pela legislação ambiental. Em tese, isso deveria alterar a apropriação e uso do território marajoara, pelo menos de parte significativa, com o estabelecimento de Reserva Extrativista (RESEX), Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), Estação Ecológica e Área de Quilombola. Isto provocou uma maior amplitude na complexidade da ocupação do território marajoara na fase contemporânea. À primeira vista, possivelmente a conformação de uma nova dinâmica de sistema agrário.
Este texto analisa a trajetória da Economia Solidária no município de Igarapé-Miri (PA). O recorte analítico busca evidenciar a experimentação de "outra economia" no Território da Cidadania do Baixo Tocantins, enquanto estratégia de gestão e desenvolvimento territorial. O presente trabalho está estruturado em dois eixos analíticos: (i) a experimentação de outra economia enquanto movimento de sociedade civil organizada, por um lado, e (ii) o fomento a esse "modelo" alternativo de socioeconomia como política governamental, por outro. Em suma, compreendem-se os resultados desse processo político de organização dos trabalhadores no campo do desenvolvimento como um continuum de transitoriedades, cuja construção tem elevado a economia solidária do grau de experiência comunitária ao estágio de política pública municipal.
Esta pesquisa objetivou identificar o processo de formação do Assentamento Abril Vermelho, com ressalva à sua capacidade produtiva, para um possível acesso ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A pesquisa baseou-se no método exploratório, com os seguintes instrumentos: pesquisa bibliográfica, coleta de dados em sites oficiais e pesquisa de campo. Quanto à territorialização deste assentamento, a sua localização na Região Metropolitana de Belém, leva a urgência de sua inserção na acumulação capitalista dessa metrópole, o que contribui à desestruturação de suas organizações socioeconômicas. Assim, há necessidade de fortalecimento dessas organizações, para apoio aos produtores na comercialização dos seus produtos, como possibilidade de excluir os atravessadores; além de garantir produção suficiente para o acesso ao PAA. Dessa forma, tal ação romperia a forma individual de comercialização, e, garantiria a possibilidade do acesso ao PAA, que são fatores positivos à territorialização deste assentamento, devido fortalecer a autonomia das famílias assentadas.
Avaliar a sustentabilidade ambiental é uma tarefa complexa, implica em organizar um conjunto de conceitos e variáveis. Uma forma de avaliação que se popularizou recentemente, a partir de Wackernagel et al. (1996), foi o da Pegada Ecológica. A presente pesquisa teve por objetivo avaliar o envolvimento dos alunos da Universidade Federal do Pará (UFPA) em ações sustentáveis diretas e o seu padrão de consumo, utilizando a metodologia da Pegada Ecológica. O resultado da simulação apresentou uma pegada ecológica média de 2,7 hectares por pessoa, revelando que seria necessário 1,6 planetas se a população mundial tivesse o mesmo padrão de consumo. Mesmo com aspectos limitantes (VEIGA, 2010), a Pegada Ecológica é um instrumento importante que pode auxiliar na elaboração da política de planejamento no nível local e nacional e fornece elementos importantes para sensibilizar a população sobre o consumo dos bens e serviços.
Este estudo teve por objetivo investigar elementos de Governança Territorial no Conselho de Desenvolvimento Territorial do Baixo Tocantins, Estado do Pará, e suas implicações para o desencadeamento de processos de Desenvolvimento Territorial. Para isso, realizou-se análise documental do primeiro Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável do Baixo Tocantins, além de participações em reuniões do conselho. Os resultados revelaram que o Conselho de Desenvolvimento Territorial do Baixo Tocantins, no que tange à sua estrutura, consiste em um espaço de Governança Territorial na Amazônia, no entanto, verifica-se que essa nova Governança ainda não conseguiu implantar novos processos de Desenvolvimento Territorial.
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