Resumo: O artigo examina a noção de “unidade na variedade”, na filosofia e crítica de arte de Diderot. Em diálogo com os ensaios publicados na coletânea intitulada Estéticas de Diderot, de 2015, na qual vários especialistas examinam a atualidade da estética materialista do filósofo, este artigo aproxima as noções de unidade apresentadas na Enciclopédia dos usos e sentidos do termo nos Salões. Pretende-se mostrar como Diderot rompe gradativamente com a epistemologia clássica, ao pensar a obra com uma unidade instável, ligada ao tempo e que se constitui apenas no fazer da obra; especificamente, pretende-se ressaltar o tratamento dado à variedade nas obras de Greuze e Vernet, procedimento que aproxima a crítica de arte de Diderot de elementos modernos, tais como os conceitos de sublime e de autonomia da arte, os quais indiciam a relevância da sua filosofia da arte.
O artigo examina a obra poética de Paulo Henriques Britto, em particular o livro Macau, de 2003, buscando situá-la no cenário poético contemporâneo. A partir de categorias estéticas de Adorno e do jovem Lukács, dos conceitos de moderno, ironia e autonomia da obra de arte e do diagnóstico da crise da poesia, procura-se entender como o poeta dialoga com a tradição em uma forma singular que combina elementos tradicionais, como o soneto, com a informalidade coloquial. Tal dicção que parte dos paradoxos da modernidade acaba tensionando a contemporaneidade ao procurar, entre outras coisas, encurtar a distância estética entre o autor e o leitor
Resumo: A obra de Edgar Quinet gira em torno de três temáticas: a primeira concentra--se em abordagens históricas, com forte acento religioso: Le génie des religions, Les jésuites, L'ultramontanisme, L' essai sur la vie de Jésus Christ etc. Um segundo núcleo trata exclusivamente de temas políticos como Les révolutions d'Italie e La campagne de 1815. Uma última dobra se insinua em obras que privilegiam os temas literários, como Vie et mort du génie grec e La poésie épique, culminando na produção ficcional do autor, especialmente em Ahasvérus. Palavras-chave: Edgar Quinet, romantismo francês, Ahasvérus. Abstract: Edgar Quinet's work revolves around three themes. The first one focuses on historical approaches with a strong religious accent: Le génie des religions, Les jésuites, L' essai sur la vie de Jésus Christ etc. The second one deals exclusively with political issues as Les révolutions d'Italie and La campagne de 1815. The last one is noticed in works that emphasize literary themes, as Vie et mort du génie grec and La poésie épique, culminating in the author's fictional creation, especially in Ahasvérus. Keywords: Edgar Quinet, French Romanticism, Ahasvérus. 288 • SILVA, Arlenice Almeida da. edgar Quinet e o romantismo O Gênio é como Ahasvérus… solitário A marchar, a marchar no itinerário Sem termo do existir. Invejado! A invejar os invejosos. Vendo a sombra dos álamos frondosos… E sempre a caminhar… sempre a seguir… Pede uma mão de amigo -dão-lhe palmas: Pede um beijo de amor -e as outras almas Fogem pasmas de si. E o mísero de glória em glória corre… Mas quando a terra diz: -"Ele não morre"… Responde o desgraçado: -"Eu não vivi!" Castro AlvesEscritos em 1868, os versos acima fazem parte do poema intitulado "Ahasvérus e o gênio". Trata-se de uma homenagem do poeta baiano à poesia épica de Edgar Quinet, tida como uma notável e instigante apropriação literária da lenda do "judeu errante, do homem que não morre". Antonio Candido e Jamil Almansur Hadad confirmam a presença do poeta francês entre nós, observando que o poema Ahasvérus exerceu forte influência em poetas como Castro Alves ou Álvares de Azevedo. Seria apenas um detalhe na formação dos poetas, ou uma vinculação significativa? Em todo caso, seria interessante localizar e dimensionar a presença de Edgar Quinet na literatura romântica brasileira. Álvares de Azevedo, em um artigo sobre Alfredo de Musset, chega a afirmar que Ahasvérus era "porventura o poema de mais imaginação que tenhamos lido". Ainda segundo Antonio Candido, o épico de Quinet, ao "corporificar toda a utopia libertária do século", simbolizando a "luta eterna da humanidade em busca de redenção e justiça", possibilitou à poesia de Castro Alves força histórica. Há [diz Antonio Candido] em Castro Alves o sentimento da história como fluxo, e do indivíduo como parcela consciente deste fluxo. Por isso logrou uma visão larga e humana do escravo. […] O movimento incessante de Ahasvérus, cuja personalidade vai se teresa revista de Literatura Brasileira [12|13 ] ; São Paulo, p. 287-306, 2013 • 289 ...
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.