RESUMO:Neste artigo, pretendo discutir como, num contexto racializado da associação entre juventude negra e música, surgem experiências que se desenvolvem como marcas identitárias, crítica social e ratificação de hierarquias raciais, de classe e gê-nero. Para tanto, trabalho com as idéias de juventude e geração como dado biológico, tanto quanto social e histórico, e com a idéia de música como sentido compartilhado. Além disso, rediscuto minhas notas etnográficas e de outros autores que refletiram sobre a relação entre música e juventude negra, cujos jovens observados, em contextos diversificados, são basicamente suburbanos, pobres e "negro-mestiços" com baixo grau de escolaridade, alguns com baixa capacidade de consumo, outros consumidores ansiosos. Concluo apontando para a importân-cia da música como instrumento configurador de uma experiência juvenil e negra afro-diaspórica, mas também como instrumento repositor de antigas dessemelhanças que não estão nos genes.
Palavras-chave:Juventude. Cultura negra. Bahia. África.
*Como autor, assumo a responsabilidade por todos os pontos de vista e idéias apresentados neste artigo. Estou certo, entretanto, que o amadurecimento dos mesmos são resultado da interlocução com informantes e com colegas que discutem temáticas pró-ximas a que apresento. Neste sentido, agradeço a todos aqueles que, anonimamente, contribuíram para a realização deste artigo e especialmente a Osmundo Pinho, pelas críticas e comentários.
* Professor substituto do
This article reflects upon the idea of blacks as scientific objects of study and intellectuals in Brazilian academia, using as its primary references anthropological treatises on blacks in Brazil by Raimundo Nina Rodrigues, Ruth Landes, Édison Carneiro, and Thales de Azevedo. The author’s own life experience as a black researcher in academia also serves as a point of reference.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.