No Brasil, no Estado de Santa Catarina, na Grande Florianópolis, encontra-se o cluster da malacocultura, formado por micro e pequena empresas e por produtores autônomos. Embora tenha condições ambientais e econômicas favoráveis, este cluster apresenta problemas de gestão que estão relacionados com o comportamento dos seus integrantes refletido na sua maneira de ser, de agir e de pensar, condicionada pela sua cultura, que afetam a sua competitividade. Será que estas mesmas características culturais locais seriam um entrave para a formação de um cluster de turismo na região, atividade que apesar de também compartilhar condições ambientais e econômicas favoráveis, ainda não conseguiu se organizar de maneira colaborativa? Este trabalho busca fazer uma analogia entre o que ocorre na atividade da malacocultura e no setor de turismo, com base em resultados de um estudo de caso que entrevistou quarenta e três indivíduos, dos diferentes segmentos de atores do cluster da malacocultura, inclusive ligados ao turismo, que constatou que a cultura local, predominantemente de origem açoriana, apresenta fortes traços de individualismo, tolerância à incerteza, indulgência, orientação de curto prazo e acomodação, que afetam a competitividade, a governança e a gestão dos empreendimentos.
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