Os autores analisaram, retrospectivamente, uma análise de 504 colonoscopias ambulatoriais, realizadas no período de junho de 2008 a maio de 2009, no Centro de Especialidades Médicas da Santa Casa de Belo Horizonte, pelo Grupo de Coloproctologia da Santa Casa de Belo Horizonte e Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (CPG). Dentre as observações retiradas do estudo, merecem destaques especiais as análises de sexo, faixas etárias, especialidade dos médicos solicitantes, indicações de colonoscopias, preparo intestinal utilizado, altura atingida pela colonoscopia, achados colonoscópicos e complicações do exame. Quanto ao sexo, 67% (337) eram mulheres e 33% (167) homens, e quanto às faixas etárias, sobressaiu a sexta (130 pacientes; 26%) e a sétima (113 pacientes; 22%). O exame foi autogerado pelo próprio grupo em 79,56% (401 colonoscopias), sendo as indicações mais comuns o sangramento baixo (76 casos; 13,0%) e controle de pacientes submetidos à cirurgias para abordagem de câncer colorretal (70 casos; 12,0%). O preparo intestinal foi feito com manitol, lactulose e picossulfato de sódio, de acordo com o estado clínico do paciente, ensejando 71% (359 casos) de resultados excelentes. A colonoscopia atingiu o ceco em 445 pacientes (88,0%), tendo chegado ao íleo terminal em 293 casos (58,0%). Os achados colonoscópicos principais foram os pólipos (163 casos; 28,0%), seguidos pelo exame normal (149 casos; 26,0%) e doença diverticular dos cólons (141 casos; 24,0%). Dos 151 pólipos que tiveram suas dimensões assinaladas, 130 pólipos tinham o maior diâmetro menor que 10 mm (86,0%). Dos 207 exames histopatológicos realizados, seja em ressecções seja em biópsias, o pólipo foi o achado mais comum (163 casos; 78,8%), e dos 163 pólipos ressecados o achado mais comum foram os adenomas com displasia de baixo grau (116 casos; 71,2%). Não foram verificadas complicações. Os dados foram comparados com alguns relatos da literatura, estando dentro dos padrões habituais.
RESUMO: A retocele é uma disfunção pélvica pobremente diagnosticada, apesar de sua prevalência significativa. Seu reconhecimento é essencial para o tratamento de determinados casos, como constipação refratária. A sintomatologia é vaga, e nem sempre associada ao prolapso. O tratamento clínico é ineficaz quando utilizado isoladamente. Existem várias técnicas, e dentre elas a abordagem transperineal pode ser considerada uma opção adequada na correção do prolapso. Nas 12 pacientes objetos de nosso estudo, houve melhora significativa do padrão evacuatório, uma resposta aceitável no tratamento da dispareunia, com índice de recidiva tolerável e alto grau de satisfação pós-operatória. A comparação com as demais técnicas ainda exige estudos comparativos mais significativos, com amostras mais expressivas. Até o momento, qualquer análise comparativa entre as técnicas cirúrgicas utilizadas pode ser falha.Descritores: Reparo transperineal; retocele; grau de satisfação; dispareunia; recidiva. Trabalho realizado pelo Grupo de Coloproctologia da Santa Casa de Belo Horizonte e Faculdade de Ciências Médicas de Minas GeraisRecebido em 03/06/2009 Aceito para publicação em 11/08/2009 INTRODUÇÃO Prolapsos de assoalho pélvico (PAP) são responsáveis por ± 300.000 cirurgias anuais nos Estados Unidos, gerando um custo de ± 1 bilhão de dólares ao ano. A mulher apresenta um risco de 11,1%, durante sua vida, de desenvolver desordem de assoalho pélvico. Além disso, estima-se que os PAP terão a incidência aumentada em 45% em um futuro próximo, sendo considerado, em breve, como principal motivo de consulta relacionadas aos distúrbios do assoalho pélvico.A retocele é uma desordem ainda pouco compreendida, e ainda não há procedimentos padronizados para diagnóstico. A literatura mundial mostra grande variação na incidência dos PAP, entre 30 e 93% das mulheres, variando conforme idade, paridade e tipo de parto realizado. Além disso, acrescenta-se o fato de que poucos PAP são sintomáticos.A abordagem cirúrgica do PAP é uma opção de tratamento, porém, sabe-se que a resolução da falha anatômica da musculatura pélvica não necessariamente elimina os sintomas previamente associados. A recidiva após cirurgia para abordagem do PAP é elevada, admitindo Olsen et al. (1997) uma taxa de recorrência pós-operatória de ± 29,9%, sendo uma das causas dessa alta incidência a grande variedade de téc-nicas cirúrgicas utilizadas no reparo de retoceles. Há poucos trabalhos comparativos (geralmente retrospectivos e com pequena amostra populacional) entre as técnicas cirúrgicas empregadas, e uma indefinição sobre a indicação de determinada técnica para cada tipo específico de paciente e de morbidade.O estudo ora proposto objetiva avaliar o grau de satisfação de pacientes submetidas ao "reparo cirúrgico transperineal de retoceles", assim como avaliar dispareunia pós-operatória e recidiva de sintomas.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.