INTRODUÇÃOA temática do abuso e exploração sexual infanto-juvenil, apesar de remeter a uma prática repugnante e levantar diversos questionamentos na sociedade, ainda é um problema que assola a sociedade brasileira. Nessa vertente, Jesus (2011) afirma a repugnância dessas condutas e de que cuja gravidade objetiva causa intensa repulsa. Não obstante a isso, a legislação brasileira, no artigo 1º, inciso VIII da Lei 8.072/90, classifica como hedionda a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, cuja conduta está tipificada no artigo 280-B do Código Penal, podendo, inclusive, vinculado a outros delitos, tais como: tráfico de pessoas, pornografia, turismo sexual, fraudes e redes de prostituição.No Brasil, segundo o UNICEF (2021), entre 2017 e 2020, 179.277 casos de estupros ou estupros de vulneráveis com vítimas de até 19 anos de idade foram registrados. O que resulta, ainda segundo a organização, em mais de 45.000 casos por ano, e ⅓ desse total é de crianças de até 10 anos de idade. O dado mais alarmante da pesquisa é que quase 80% dos casos ocorreram no ambiente familiar e foram provocados por pessoas do convívio das vítimas.No plano da saúde mental e desenvolvimento cognitivo, Bremner (1999) afirma que caso o abuso sexual ocorra durante o processo de formação física do cérebro, pode deixar marcas em sua estrutura e função, provocando assim efeitos irreversíveis no desenvolvimento neuronal, cognitivos, emocionais, comportamentais e sociais. É o caso das crianças e adolescentes, cujo desenvolvimento dos lobos temporais, amígdala e hipocampo que concentram a emoção, linguagem e memória mudam significativamente entre os 4 e 18 anos de idade (DIENER, 1985). Sem falar das IST 's (Infecções Sexualmente Transmissíveis) que podem advir de uma violação dessa magnitude.No viés social, apontam Borges e Dell'aglio (2008) que essa violência pode vir associada a alterações de comportamento, tais como hipersexualização, uso de drogas, isolamento, comportamentos autodestrutivos, baixa concentração e alterações emocionais.Tendo em vista esse cenário, os alunos do primeiro semestre do curso de medicina, turma 2022.1 do Centro Universitário Tiradentes, visando a integração do conteúdo acadêmico com a comunidade que os cerca, se propuseram a levar a temática para alunos do ensino fundamental da Escola Estadual Professor Carlos Povina Cavalcante, no bairro de Pescaria, Maceió/AL. Nessa oportunidade foram abordados tópicos relevantes da temática através de teatro de fantoches, visto a idade do público alvo. Com a finalidade de conscientizar os espectadores sobre as diversas formas de abuso e exploração sexual infanto-juvenil e indicar as políticas públicas voltadas à proteção e ao acolhimento dessas vítimas, sobretudo àquelas voltadas à saúde e preservação da integridade física e mental.Os principais objetivos da ação foram: promover o debate acerca do combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes; indicar a rede de apoio existente para os casos suspeitos e confirmados de violência sexual e; fortalecer a par...
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