As queimaduras ainda estão cicatrizando, e seria difícil, para não falar da irresponsabilidade, iniciar este texto sem, ao menos, lembrar do incêndio no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, ocorrido no dia dois de setembro de 2018. Acidental ou não, o incêndio foi crime. Havia pedido de socorro desde o começo desse ano, picos de energia ocorrendo há semanas, “vaquinha” para manter o espaço aberto. Havia muito problema e nenhum socorro. Sequer na pior hora daquela noite, quando o fim já estava anunciado, houve o devido socorro. Os hidrantes sem água. É preciso lembrar que nossas discussões acadêmicas não podem ignorar os pulsos externos às paredes das Universidades que, paradoxalmente, nos protegem e sufocam. Nós, que temos uma vida que se vincula a esses espaços públicos, perdemos um pouco do que somos com a tragédia. Espero que o acontecimento sirva de alerta para outras instituições públicas e para nossas escolhas de representantes governamentais.
São inúmeros os textos que o artista brasileiro Hélio Oiticica escreveu durante a sua vida. De conceitos à ensaios teóricos, de cartas à projetos, de inscrições a poemas, o artista usou a palavra e o gesto da escrita para organizar e apresentar seu trabalho ao mundo. Visa-se neste artigo discorrer sobre a poética pública de Oiticica concebida no Rio de Janeiro entre 1965 e 1968, cuja composição se dá por 19 textos inscritos em Parangolés, Bólides e bandeira. Em conseguinte, é feita a análise de dois Parangolés com inscrições, o Parangolé P11 Capa 7 (1966), com “Estamos Famintos”, e o Parangolé P18 Capa 16 (1968), com “Sexo e violência: eis o que me agrada”. Pretende-se, assim, a partir dos aspectos visual e textual das obras, evidenciar a noção de “frutos estranho”, de Florencia Garramuño, que designa objetos artísticos de difícil classificação, híbridos.
Este trabalho apresenta o fac-símile datilografado de um conto sem título, escrito pelo artista brasileiro Hélio Oiticica, que se encontra em seu acervo digital, o Programa HO, financiado pelo Itaú Cultural. Escrito em 1969, quando Oiticica realizava uma residência artística na Universidade de Sussex, em Birghton, na Inlgaterra, o conto narra as angústias de um personagem poeta em busca da felicidade.
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