Trata-se de um estudo com foco no projeto como investigação de duas casas construídas em São Paulo, uma repetidamente identificada como pertencente à Escola Paulista Brutalista e a outra celebrada em diversas e recentes publicações como exemplar no universo contemporâneo da arquitetura brasileira, construídas em momentos muito distintos da nossa história. A primeira é a chamada Casa Butantã (1964-1966), pois situada no bairro que lhe deu o nome, de Paulo Mendes da Rocha - em realidade, duas casas lado a lado, uma realizada para o próprio arquiteto e a outra para a sua irmã, e a segunda é a casa Mariante, projetada 37 anos depois (2001-2002) por Angelo Bucci, do SPBR Arquitetos, e Marta Moreira, Fernando de Mello Franco e Milton Braga, do MMBB Arquitetos, localizada dentro de um condomínio fechado, distante 40 quilômetros do centro de São Paulo. O objetivo do trabalho foi buscar decifrar as duas obras escolhidas para análise, compreendê-las através de descrições apoiadas graficamente em material produzido pelo grupo de trabalho, cujo foco principal foi o saber propriamente arquitetônico. Revelar escolhas e descobrir o conceito, partindo do que suscitam através do redesenho e da revisão da bibliografia existente e, aí sim, compará-las com o propósito de apontar caminhos convergentes e divergentes. This is a study focusing on the project as an investigation of two houses built in São Paulo, one repeatedly identified as belonging to the Paulista Brutalist School and the other celebrated in several recent publications as exemplary in the contemporary universe of Brazilian architecture, built at very different times in our history. The first one is the so-called Butantã House (1964-1966), since it is located in the neighborhood that gave it its name, by Paulo Mendes da Rocha - in reality, two houses side by side, one built for the architect himself and the other for his sister, and the second is the Mariante house, designed 37 years later (2001-2002) by Angelo Bucci, from SPBR Arquitetos, and Marta Moreira, Fernando de Mello Franco and Milton Braga, from MMBB Arquitetos, located in a private condominium 40 kilometers from downtown São Paulo. The objective of the work was to decipher the two works chosen for analysis, to understand them through descriptions graphically supported by material produced by the working group, whose main focus was the architectural knowledge itself. Revealing choices and discovering the concept, starting from what they raise through the redesign and the revision of the existing bibliography and, then, comparing them with the purpose of pointing out convergent and divergent paths.
Os museus tradicionalmente têm sido considerados como instituições de conservação, comunicação, pesquisa e exposição do patrimônio material, porém, a partir da década de 1990, as amplas possibilidades de conteúdo multimídia e hipermídia no sistema World Wide Web propiciaram a modificação do conceito até sua virtualização. O surgimento dos museus virtuais, como suportes tanto complementares como suplementares dos museus físicos, diversificou as opções de conservação e divulgação do patrimônio, principalmente o imaterial, como é o caso dos projetos de arquitetura e urbanismo. Nesse contexto, e como parte de uma dissertação de mestrado em andamento, propôs-se a estruturação de um museu virtual de edifícios modernos na cidade de Porto Alegre (MUVIPOA), cujo objetivo é criar uma plataforma acessível que mostre a informação documental, testemunhal, planimétrica e tridimensional dos projetos. Por este motivo, faz parte essencial da pesquisa realizar uma revisão teórica e tipológica dos conceitos que abrangem à museologia virtual para compreender a importância desta para a difusão patrimonial, e identificar a variedade de acervos de arquitetura e urbanismo que irão servir como fontes primárias para o museu em desenvolvimento. A partir da pesquisa, pretende-se definir o papel do museu virtual como acervo local de arquitetura, a tipologia a ser utilizada, as vantagens sob os museus físicos, assim como as possibilidades de difusão patrimonial. Por outo lado, a identificação dos acervos existentes permitirá reconhecer o tipo de documentos disponíveis nestes e sua pertinência como fontes de informação para a pesquisa.
Em 2007, três representantes da arquitetura vernácula da imigração alemã na região missioneira do estado do Rio Grande do Sul (RS) foram transladadas de seus sítios originais, inicialmente localizadas na zona rural do município de São Pedro do Butiá, para conformação do Centro Germânico Missioneiro (CGM), um complexo turístico-cultural. Assim, duas construções de enxaimel e uma em alvenaria portante (há ainda um quarto prédio que é uma réplica), foram desmontadas, transportadas em caminhão e recompostas neste novo sítio. Desta forma, o presente trabalho tem o objetivo de contribuir com as pesquisas acerca da imigração e colonização alemã na região das Missões do RS e investigar o processo de translado de edificações através da análise do caso do CGM. Para tanto, este estudo, de cunho qualitativo, ainda em desenvolvimento, se vale de pesquisa bibliográfica e documental, aquela utilizada, sobretudo, para investigação do primeiro tema e esta na reconstituição do processo de transferência das edificações, através da qual recorreu-se a buscas junto ao acervo da prefeitura da cidade, responsável pelo projeto. Ainda referente à análise de cada uma das edificações, seu projeto e técnicas construtivas, será utilizado o método do redesenho, instrumento de pensar a arquitetura a partir de representações gráficas existentes, como levantamentos in loco elaborados por técnicos municipais, no caso em questão, e que, através de sua remodelagem, permite exame minucioso e apreensão desse modo de fazer. Assim, a partir dos documentos encontrados e através da sistematização proposta será possível investigar a história e as técnicas construtivas destes signos da arquitetura vernácula teuto-gaúcha. Além disso, a pesquisa junto ao acervo municipal faz refletir sobre a importância de boas práticas na documentação dos projetos de arquitetura, qualquer que seja sua escala, tendo em vista que, neste caso, infelizmente, muitos registros, apesar de já terem sido realizados em meios digitais, acabaram se perdendo em função da negligência aos métodos indicados de preservação e arquivamento -situação agravada em repartições públicas devido às periódicas trocas da gestão municipal.
RESUMO-O presente artigo apresenta parte do processo trilhado pela modernidade da cidade de Porto Alegre, em meados dos anos de 1930, por meio da análise do edifício Guaspari, projetado por Fernando Corona, em 1936, e a sobreposição de tempos ao longo da existência deste edifício. O grande evento da Exposição Comemorativa do Centenário da Revolução Farroupilha, em 1935, e a construção de edifícios com volumes puros e fachadas desprovidas de ornamentações são alguns dos indícios da chegada dos novos tempos à capital gaúcha. O edifício Guaspari possui uma luz própria, que condensa o espírito da década de trinta, como uma das reminiscências dos pavilhões efêmeros da Exposição, permanecendo no imaginário da cidade. A referência do navio esteve presente tanto na arquitetura de Le Corbusier como no expressionismo, particularmente nos trabalhos de Mendelsohn. Com maior ou menor intensidade, o edifício Guaspari lembra a engenharia naval, com a intenção de traduzir arquitetonicamente as leis do movimento, como se flutuassem no mar do fluxo das pessoas e carros, ou acompanhassem o seu movimento. A história do edifício Guaspari é composta por três fases: a primeira consiste na elaboração, articulação de referências, aprovação e construção do projeto arquitetônico-ancorado; a segunda registra o edifício submerso em luxalon por longo período, totalmente irreconhecível-encoberto; e a terceira, o ressurgimento do Guaspari no centro de Porto Alegre-à vista.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.