Apesar dos avanços ocorridos na Saúde do Trabalhador, como a criação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora e a portaria de notificação compulsória dos agravos e doenças relacionadas ao trabalho, o presente ensaio teórico busca contextualizar os porquês da subnotificação presente na realidade profissional. Ressalta a importância de mudanças efetivas nas grades curriculares na formação de futuros profissionais, a falta de conhecimento de várias profissões, sobre a temática, a preferência pela utilização do modelo assistencialista e a falta de interesse dos especialistas da saúde em preencherem as notificações. Nesse sentido, cabe a reflexão sobre a importância de haver mais efetivação da política de Saúde do Trabalhador e comprometimento dos profissionais para mudanças no contexto da realidade em saúde do trabalhador.
O objetivo do presente estudo foi caracterizar os trabalhadores com Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT) do estado de Minas Gerais e relacionar os sintomas com as características sociodemográficas e ocupacionais. Estudo quantitativo, transversal, de natureza exploratória, com base nos dados secundários do Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), empregando a análise descritiva e inferencial entre as variáveis. A amostra foi composta por 3.853 notificações, entre 2015-2017, com 88,4% de trabalhadores formais, 60,1% mulheres, 35,9% com ensino fundamental completo/incompleto e 40,9% de pretos/pardos. A população com maior cobertura das notificações foi a de trabalhadores formais. Os sinais e sintomas mais citados foram: dor, diminuição e limitação do movimento e diminuição da força muscular. Apresentaram maior quantidade de sintomas os trabalhadores com limitação e incapacidade para o exercício das atividades, que realizavam pausa no trabalho, que não se afastaram para tratamento, que não possuíam colegas de trabalho com a mesma doença e que trabalhavam em locais que não adotaram a mudança organizacional.
Descrever a ocorrência da depressão relacionada ao trabalho no interior de Minas Gerais e investigar a associação entre depressão relacionada ao trabalho e sexo, idade, situação no mercado de trabalho, tempo de trabalho na ocupação e a categoria da ocupação. Estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo, com análise de todas as notificações de depressão relacionadas ao trabalho acompanhadas em um serviço público de saúde do trabalhador, no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2019. Os dados coletados foram armazenados em planilhas do Excel, em dupla entrada com checagem. Para a análise dos dados, utilizou-se o programa Bioestat 5.0 e para as variáveis categóricas utilizou-se o teste Qui-quadrado (α= 0,05). Houve um predomínio do sexo feminino. Encontrou-se associação da depressão grave com o sexo feminino, com a situação no mercado de trabalho e com a faixa etária. Não houve associação da doença à categoria profissional. Faz-se necessário investir em estratégias de promoção e proteção da saúde mental no ambiente de trabalho, sobretudo entre as mulheres que tendem a ter jornadas de trabalho no âmbito profissional e familiar.
Estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado em residências da zona urbana da cidade de Uberaba – MG, como parte do Inquérito de Saúde da Mulher, em 2014, cujo objetivo foi analisar a prevalência de Transtorno Mental Comum (TMC) e sua associação com as características sociodemográficas. Compuseram a amostra, 1540 mulheres, com idades variando de 18 a 94 (49,53±17,17) anos, com média de 8,30 (±5,13) anos de estudos e renda per capita média de 774,48 (±775,67) reais. A prevalência de indicativo de TMC entre as mulheres foi de 34,2% (n=526). A maioria se encontrava em união estável (51,7%), 55,1% se auto declararam brancas, 41,6% se consideraram chefes de família e 36,2% realizavam trabalho remunerado. Houve associação de TMC com menor escolaridade (p=0,001), menor renda per capita (p=0,001), menor satisfação com o local de moradia (p=0,001) e maior número de pessoas na residência (p=0,018), assim como com a insuficiência de dinheiro para satisfazer as necessidades (p=0,001). O indicativo de TMC em mulheres está relacionado com as características sociodemográficas e indicadores de qualidade de vida, revelando o impacto das vulnerabilidades sociais acerca da população feminina e a relação com desenvolvimento de adoecimento mental.
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