resumo: Este texto tem como objetivo fornecer uma breve composição histórica do campo de pesquisas em percepção ambiental, especialmente sobre como as reflexões ali geradas têm sido incorporadas nas pesquisas em educação ambiental. Para tanto, parte-se da demarcação da origem dos estudos sobre percepção na Psicologia e do momento em que eles deixam essa base no tratamento dos temas relacionados para entrar em outras áreas do conhecimento, como a arquitetura e a geografia humana, nas quais receberão a influência de outras abordagens, como a fenomenologia. É feita, na seqüência, a menção a algumas produções em percepção ambiental no país. São tratadas ainda as atuais influências da filosofia, especialmente da teoria estética, nas pesquisas com percepção. A síntese do texto é formulada com base nas discussões desenvolvidas nos trabalhos do Grupo de Discussões em Percepção Ambiental do IV Encontro de Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA), nos quais se pontuaram as principais demandas e perspectivas dos estudos no campo.
A educação ambiental tem como desafios a sensibilização e o despertar da reflexividade de um ser humano que precisa repensar sua relação com o ambiente e os valores que a permeiam. A necessidade estética é uma importante dimensão humana que, ao ser estimulada pela educação, pode despertar a eticidade. No presente ensaio teórico, é apresentado um caminho reflexivo que parte da busca de similitudes nos desenvolvimentos histórico e epistemológico da educação estética e da educação ambiental. Também se faz referência ao despertar da ética pelo reforço da afetividade e pelo valor do belo. As reflexões são desenvolvidas com base nos referenciais da fenomenologia, da teoria crítica e da arte-educação.Palavras-chave: educação ambiental; teoria estética; ética; fenomenologia.
INTRODUÇÃOA educação é, fundamentalmente, um ato carregado de características lúdicas e estéticas (DUARTE, 88, p.61).
Educadores ambientais têm buscado no apelo ético a possibilidade deconstrução de novas relações do ser humano com o ambiente. Muitasvezes, no entanto, a inserção da ética nessas iniciativas é feita com base nodiscurso da moralidade, por exemplo, quando se reduz ao argumento dodever para com as gerações futuras. O despertar da ética parece, noentanto, um acontecimento mais complexo, ancorado numa educaçãocom poder de desenvolver sujeitos autônomos, capazes de independeremde valores predeterminados, e sensíveis ao outro. No presente trabalho,refletimos sobre a ética da compaixão, dialogando principalmente comSchopenhauer, Lévinas e Dussel, e seus possíveis significados para aeducação ambiental.
A percepção que o ser humano tem da natureza e do espaço habitado é marcada pela imaginação, pela afetividade, pela memória e pela sensibilidade estética. O significado da experiência estética está presente tanto nas construções do lugar habitado quanto na contemplação dos ambientes preservados. No presente ensaio, propomos um caminho reflexivo que evidencia essa necessidade estética do humano, focando-a nas categorias natureza e espaços do cotidiano como âmbitos de vivência. Tecemos considerações sobre os possíveis significados da teoria estética para a educação ambiental. Para tanto, partimos do resgate de referenciais teóricos da fenomenologia e do campo da filosofia estética, que incluem Merleau-Ponty, Bachelard, Dufrenne e Quintás.
RESUMOA análise das relações entre educação e condições de saúde nos grandes centros urbanos está definitivamente atrelada às questões socioambientais. Pensar qualidade de vida significa pensar qualidade ambiental e desenvolver ações preventivas de saúde pressupõe voltar olhos para o crescimento urbano. O presente trabalho trata da causalidade de condições de baixa qualidade de vida e saúde advinda das mudanças de paisagem e problemas ambientais associados ao crescimento urbano desordenado. Apresenta ainda uma análise crítica dos condicionantes da acomodação em situações de inadequação ambiental e baixa qualidade de vida, apontando para possíveis formas como a educação ambiental pode significar o instrumento pelo qual a comunidade se abra à reflexão sobre o lugar habitado e o tratamento das questões socioambientais nele vivenciadas. As bases para pensar essa educação passam pela abordagem crítica e sócio-construtivista e os pressupostos da educação ambiental. Palavras-chave: educação ambiental, fundamentos socioambientais, qualidade de vida.
O presente texto é tecido a partir de uma trama onde se insinuam sucessivamente a noite, a escuridão, inúmeros e provocadores espectros, além dos historicamente excluídos e relegados à dimensão das trevas – as mulheres, os animais, seus híbridos – e as quase sempre estranhas dimensões da arte e da literatura, espaços permissivos a seus ecos. Buscamos imagens na escrita de uma autora contemporânea, Clarice Lispector, e as cotejamos com pinturas surrealistas, de André Bresson e Salvador Dalí, constituindo um conjunto de espectros que motivaram pensamentos sobre a espectrologia derridiana e sobre princípios de exclusão que perdem força diante do contorno da metafísica da presença, permitindo ver nas expressões do noturno no gótico uma positivação das potências orgânicas do feminino e do animal.
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