O presente trabalho investiga as implicações éticas do uso de animais experimentais na Inglaterra vitoriana com o advento do darwinismo, a partir de meados do século XIX. A tese darwiniana da origem comum entre animais e humanos, por um lado, afirmava a importância e justificava cientificamente o uso de animais em estudos de fisiologia experimental, mas, por outro lado, também fortalecia o questionamento da legitimidade moral da exploração dos animais pela ciência. Isso porque se o animal darwiniano figurava como um modelo experimental ideal, ele também era visto como um ser sensível, que compartilhava com os humanos a suscetibilidade ao sofrimento físico e emocional. Discutem-se também os aspectos de continuidade e de transformação sofridos pelo animal vitoriano com o advento do darwinismo e o alvorecer da fisiologia experimental na Inglaterra da segunda metade do século XIX, dando especial ênfase s implicações éticas - amplamente levantadas então pelos adeptos do movimento antivivisseccionista, como Frances Power Cobbe - quanto ao emprego de animais domésticos em experimentos fisiológicos.
This paper explores the ethical implications of the use of experimental animals in Victorian England after the arrival of Darwinism in the second half of the nineteenth century. On the one hand, the Darwinian thesis of common descent between animals and humans did confirmed the importance and legitimacy of employing animals in research on experimental physiology. On the other hand, the idea of common descent also served as a means for questioning the moral legitimacy of the exploitation of animals by science, since although the Darwinian animal could be considered as an ideal experimental model, it was also seen as a sensitive being, which shared with humans susceptibility to both physical and emotional suffering. The aspects of both continuity and transformation experienced by the Victorian animal with the advent of Darwinism and the rise of experimental physiology, especially in the second half of the nineteenth century, are also discussed, with special emphasis on the ethical implications - largely raised by the adepts of the antivivisection movement, such as Frances Power Cobbe - connected with the use of domestic animals in physiological experiments
Embora o naturalista -que viria a se tornar uma célebre personagem da história da biologia e dos rumos que essa haveria de tomar -nunca mais tenha posto os pés no Brasil, de certa forma pode-se afirmar que Darwin voltou a esse e outros países repetidas vezes, nos séculos XIX e XX, através de suas ideias e teorias, corroboradas por seus aliados diretos, como os naturalistas Alfred Wallace, Henry Bates e Fritz Müller, e divulgadas por seus seguidores em toda parte. Essa revisitação, por assim dizer, do Brasil e do continente sul-americano se faz clara nas Memórias publicadas por Julian Huxley (1973), de uma viagem que empreendeu em 1947. "Huxley comenta em suas Memórias que Darwin estava em sua mente durante a viagem, especialmente quando viu as emas, descritas no diário do Beagle como falsas avestruzes", ou "quando passou pelo Equador e lembrou sua visita ao arquipélago das Galápagos, convencendo-se de que a evolução era um fato" (Domingues, Petitjean, 2009, p.283). Assim como Darwin esteve na mente de Julian Huxley, podemos dizer que as formas como suas ideias chegaram e foram recebidas e apropriadas no Brasil e em outras regiões da América Latina e do mundo, a partir da publicação da Origem das espécies, em 1859, compõem boa parte da temática do livro Darwinismo, meio ambiente, sociedade, no qual se encontra o trecho acima citado. Organizada por Heloisa
O caso de engenharia mostrado neste artigo diz respeito a uma análise de falha envolvendo um cabo de aço. Este cabo é largamente utilizado como elemento de transmissão em uma máquina de exercícios físicos localizado, denominada de apolete. O cabo de aço emprego com essa finalidade é galvanizado, de enrolamento comum, com diâmetro de 4,8 mm, limite de resistência de 785,34 N/mm2 e fabricado pela Siva Indústria e Comércio de Artefatos de Arame e Aço Ltda. Para determinação do mecanismo que provocou a falha prematura desse elemento, os seguintes critérios de falha foram adotados: esforço de tração estática e dinâmica, de flexão pura, e por último o critério de vida teórica dos cabos metálicos, que se baseia na equação experimental de Niemam. Calculou-se a tensão admissível relacionada a cada um destes métodos. Os resultados obtidos indicaram que o cabo de aço rompeu por fadiga devido ao elevado número de ciclos de flexão ao qual foi submetido, que somado ao agravante dos movimentos invertidos, produziu uma falha prematura do material.
and São Paulo had already enacted sanitary codes and rural sanitation policies, on their own or in collaboration with the Rockefeller Foundation. These initiatives had made elites increasingly aware of how the communicability of diseases made all in Brazil interdependent, which played in favour of granting new powers to national agencies. However, this prospect also stoked fears of local autonomy loss, and of the unwitting creation of a big and ineffective federal bureaucracy. Once again, calculating (and still elusive) elites decided that strengthening the federal hand was worth the risks. A broad consensus resulted in the creation of the National Department of Public Health, within the Ministry of Justice, in . The bargain stipulated that states could enter into agreements with the federal government to share the costs of new health campaigns, and also that states could opt out of such agreements if they deemed it in their best interest to do so. In practice, this possibility was real only for the state of São Paulo, but the opt-out clause was crucial in preserving the principle of state autonomy within Brazil's political structure. Entrusted with new powers and resources, Brazilian public health authorities presided over a growing infrastructure through the s. This growth, in turn, legitimised the aims of the rural sanitation movement. Readers will not find an analysis of how lay people may have felt about the build-up of the Brazilian public health apparatus, or of how race and class prejudices shaped and shape access to the state's health resources. Rather than evincing an aversion to social historical granularity, this underlines Hochman's formidable lesson in realpolitik: in the absence of popular challenges, it was calculating elites alone, with their strong mutual ties and overlapping interests, who bargained among themselves to drive health policymaking during Brazil's First Republic.
Este artigo discute a importância do tema da mente animal na argumentação de Charles Darwin em defesa de sua teoria evolutiva. Para tal, lançamos mão de um estudo de caso, acompanhando o “cão de Darwin” em páginas de sua obra. Procuramos demonstrar: 1) que, no discurso de Darwin, a questão da mente animal está intimamente ligada à teoria darwiniana da origem comum (common descent); e 2) que o cão descrito pelo naturalista, como protótipo do animal darwiniano, detém uma vida mental e subjetiva complexa, com elementos de continuidade e de descontinuidade em relação à percepção dos animais no imaginário da Inglaterra vitoriana.
O presente artigo apresenta resultados preliminares de um estudo que lanca mao das duas especies de ratos urbanos cosmopolitas – rato de telhado (Rattus rattus – Lineu, 1758) e ratazana (Rattus norvegicus - Berkenhout, 1769) – para conduzir a exploracao de problemas de pesquisa ligados ao conceito de Antropoceno. Analiso o Antropoceno em dois eixos narrativos. No primeiro, Antropoceno-como-problema, avalio a urbanizacao e suas implicacoes ambientais sob a expressao-sintese “ratos e cidades”. No segundo, Antropoceno-como-agenda, defendo a importancia da perspectiva multiespecies e sua relacao obrigatoria com a transdisciplinaridade, sob a expressao-sintese “superacao do antropocentrismo”. Sustento que a plasticidade adaptativa e identitaria dos ratos, assim como suas caracteristicas de organismos de fronteiras, credenciam esses animais como “vetores epistemologicos” capazes de conduzir leitores e pesquisadores pela teia viva e labirintos narrativos do Antropoceno.
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