Resumo: as notas a seguir compõem parte de uma pesquisa inicial sobre a formação do estado de Mato Grosso do Sul e, particularmente, do município de Três Lagoas. Trata-se, na realidade de uma tentativa de contribuir para as pesquisas sobre o município por meio de uma outra chave de leitura, a Teoria Marxista da Dependência. Neste diapasão, parte-se de alguns dos indícios sobre as condições de trabalho e de vida dos trabalhadores no contexto de implantação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, momento histórico de importantes transformações no capitalismo dependente brasileiro vinculado à economia mundial e, portanto, de transformações socioterritoriais também significativas em Três Lagos. A hipótese é de que a implementação (construção e operação) da ferrovia demandou um contingente expressivo de força de trabalho superexplorada, categoria entendida aqui dentro do escopo da TMD, tendo como seu elaborador Ruy Mauro Marini. As formas de manifestações brutais e violentas de ataque aos trabalhadores pelo capitalismo naquelas condições, expressaram, portanto, a própria forma de ser do capitalismo dependente fundada na superexploração que os trabalhadores tiveram (e têm) que enfrentar e resistir
O uso de trabalho terceirizado é uma estratégia do capital que, no Brasil, tem se adensado entre os mais diversos setores econômicos ditos modernos, isso devido às vantagens e os retornos financeiros que esse tipo de atividade proporciona aos capitalistas, notadamente pelo seu custo mais baixo e pelas demais características próprias do trabalho terceirizado, sinônimo de precarização. No setor do agronegócio essa modalidade de trabalho também vem ganhando terreno, como é o caso da silvicultura em Três Lagoas (MS). Mais do que uma atividade precária, segundo nossa hipótese, a força de trabalho terceirizada é superexplorada, visto que, é um dos meios que, junto com o aparato científico e tecnológico que a empresa investe pesadamente, garante a reprodução do capital em Três Lagoas. Contudo, para os terceirizados, isso significa enfrentar os “mecanismos” típicos de economia dependente. Desse modo,procuramos demonstrar que as atividades terceirizadas no setor de celulose e papel corroboram, em certa medida, os apontamentos da Teoria Marxista da Dependência. Para tanto, recorremos à identificação de certos aspectos relacionados não só ao quantitativo de terceirizados, mas às suas condições de trabalho, bem como as formas de resistência e luta destes no bojo do capitalismo dependente representado pela expansão do agronegócio de silvicultura.
Resumo: O estudo da questão nacional articula uma dupla perspectiva. Por um lado, envolve o diagnóstico sobre o caráter do desenvolvimento capitalista numa dada formação econômico-social; e, por outro, associa-se ao projeto estratégico de superação do capitalismo (ou acomodação neste) com base no diagnóstico assumido. Neste artigo, retomamos criticamente o tema à luz da Teoria Marxista da Dependência (TMD), posicionando a luta de classes e a superexploração da força de trabalho no Brasil como eixos de análise. O estudo foi realizado por meio de coleta e análise documental de notícias sobre reivindicações salariais e por melhores condições de trabalho no setor da silvicultura em Três Lagoas-MS. A natureza e recorrência das reivindicações, ainda que episódicas e fragmentárias, sugerem que a “velha” contradição de classes segue vigente no capitalismo dependente brasileiro. Palavras-chave: questão nacional; capitalismo dependente; superexploração da força de trabalho; Três Lagoas.
O trabalho em tela é parte da pesquisa conduzida pelo Grupo de estudos e pesquisas sobre Espaço, política e ideologias (GE-EsPi) e tem como objetivo tentar compreender a dinâmica entre Estado, imprensa e o setor do agronegócio de silvicultura em Três Lagoas-MS. Nesse sentido, o texto procura elencar alguns elementos sobre o processo de territorialização do agronegócio de silvicultura sinalizando para o papel da imprensa na construção da hegemonia em torno da silvicultura
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.
No artigo em tela recorremos à algumas das importantes indicações feitas por Fortes (2016) que, ao analisar o complexo do trabalho em Lukács, particularmente, na obra madura deste autor, isto é: Por um Ontologia do Ser Social (2012, 2013), elenca uma série de questões relevantes que contribuem para a compreensão do “lugar” ontológico do trabalho na totalidade social, o que, por conseguinte, diz respeito ao debate da ontologia do espaço na Geografia. Aliado às contribuições da Geografia, bem como as ponderações de Fortes (2016) com base em Lukács (2012, 2013), procuramos, portanto, retomar o problema da centralidade do trabalho enquanto fundamento do ser social (espacial). Ao mesmo tempo, ao final, buscamos destacar, breve e sinteticamente, o problema da superexploração da força de trabalho enquanto fundamento do capitalismo dependente.
PALAVRAS-CHAVE: Geografia; marxismo; filosofia; trabalho; capitalismo dependente
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