This article addresses the discussion about quinineresistant malaria plasmodium in the early decades of the twentieth century. Observed by Arthur Neiva in Rio de Janeiro in 1907, the biological and social resistance of malaria sufferers to preventive and curative treatment with quinine was corroborated three years later by Oswaldo Cruz during the construction of the Madeira-Mamoré Railway in the Brazilian Amazon. Likewise in 1910, ailing German workers were transferred from Brazil to Hamburg's Institute for Maritime and Tropical Diseases, where quinine resistance was confirmed by Bernard Nocht and Heinrich Werner. When the First World War saw failures in treating and preventing malaria with quinine along with violent outbreaks of the disease on the Turkish and Balkan fronts, resistance to this alkaloid became the topic of the day within the field of experimental medicine in Germany. New attempts were made to account for the resistance, especially by the physician Ernst Rodenwaldt, who explored the topic by applying modern theories on heredity. The present article offers a preliminary survey and analysis of pronouncements about quinine resistance, shedding new light on the circulation of knowledge in the field of tropical medicine.
The career of Henrique da Rocha Lima is closely linked to cultural and scientific relations between Brazil and Germany. He pursued his scientific work at biomedical research institutions in both countries, but it was in Germany that he attained international standing, thanks to his research in the fields of microbiology, pathology and tropical medicine. His prestige and active participation in both Brazil's and Germany's scientific communities meant he was able to further academic interchange between both nations, mobilizing many people and institutions to contribute to this process. I present the obstacles and challenges faced in studying this complex character, whose career sheds light on the machinations of international scientific relations and some socio-historical processes that marked the institutionalization of science in Brazil.
Quando o café constituía a principal riqueza brasileira e São Paulo detinha a liderança absoluta na sua produção e comércio, uma praga veio colocar sob ameaça toda aquela pujança econômica. Conhecida como broca-do-café, era causada por um minúsculo inseto aparecido em fazendas de Campinas. De lá partiu a notificação ao governo paulista, em maio de 1924. A gravidade da situação levou o governo estadual a compor uma comissão científica chefiada por Arthur Neiva, responsável por levar a cabo o plano de combate. A campanha contra a broca combinou a implementação de um vigoroso aparato de pesquisa e fiscalização com amplo trabalho de divulgação científica, que lançou mão de estratégias vanguardistas de difusão, como o cinema. Em fins de 1927, a Comissão foi formalmente extinta após a criação de uma instituição permanente de pesquisa agrícola: o Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal.
Resumo: O artigo trata da participação da diplomacia alemã nas negociações relativas à contratação de professores para a USP, criada em 1934, e para a Escola Paulista de Medicina, do ano anterior. Ao mesmo tempo em que a diplomacia do Terceiro Reich procurou garantir as cátedras para os alemães, a origem judaica dos nomeados para a USP envolveu conflitos e impasses, que não ocorreram com a mesma intensidade no caso do patologista Walter Büngeler, contratado pela escola médica em 1936. Palavras-chave: diplomacia cultural alemã; USP; Escola Paulista de Medicina.
Abstract:The article deals with the participation of German diplomacy in negotiations concerning the hiring of professors to USP, established in 1934, and to São Paulo's Medical School (Escola Paulista de Medicina), created a year earlier. The Third Reich's diplomacy sought to ensure the professorship to the Germans, but at the same time, the Jew ascendancy of those appointed to USP originated conflicts and impasses, that were not so intensive in the case of the pathologist hired to the Medical School in 1936, Walter Büngeler. Keywords: German cultural diplomacy; USP; Escola Paulista de Medicina A literatura memorialística e historiográfica que trata da criação da USP menciona a contratação de professores estrangeiros como aspecto fundamental na construção e consolidação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, que atuou como espinha dorsal da universidade,
Aedes aegypti e os mosquitos na historiografia: reflexões e controvérsias 1Resumo O artigo tem por finalidade refletir sobre as formas pelas quais o Aedes aegypti vem sendo abordado pela historiografia e por demais áreas das ciências sociais e humanas. Historicamente associado à febre amarela e à dengue e, mais recentemente correlacionado à transmissão das arboviroses emergentes zika e chikungunya, o Aedes aegypti desdobra múltiplas temporalidades, processos e ecologias que concernem ao seu longo histórico de coevolução e proximidade com a espécie humana. Desse ponto de vista, evidencia as materialidades e padrões de relação das sociedades com o ambiente, principalmente com o espaço urbano, ao qual se tornou bastante adaptado. O objetivo é analisar como este inseto foi tratado pela historiografia das doenças, da medicina e da saúde pública e contrapor tal abordagem com a perspectiva da história ambiental, no âmbito da qual ele é encarado como elo de uma cadeia de interações ecológicas que envolvem dinâmicas naturais, como também sociais, econômicas e políticas. Discute-se os desafios teóricos e controvérsias trazidos por tal perspectiva, sobretudo no quadro dos estudos que propõem a extensão da noção de agência aos atores não-humanos. Por fim, observa-se o início da trajetória mais recente deste vetor desde que passou a figurar como transmissor da dengue a partir de epidemia sem precedentes na cidade do Rio de Janeiro em 1986.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.