Resumo O texto analisa a questão do silêncio sob uma ambiência contemporânea, pensando-o a partir de sua dupla acepção latina: a de taceo, associada ao silenciamento; e a de sileo, silêncio que amplia espaços subjetivos de criação pela suspensão de codificações significantes previamente existentes. A análise percorre então, sobretudo a partir do pensamento de Michel Foucault e de José Gil, as relações entre modos de silenciar e de disciplinar(-se) e suas reverberações nos corpos, culminando no olhar sobre o silêncio que ora opera como pedagogia moralizante, ora como ato pedagógico que abre espaço para novos modos de existência.
Resumo: O artigo analisa as políticas de preparo pelas quais são alteradas compreensões, percepções e disposições do sujeito mediante a ideia de elaboração de si. Aborda significados da ideia de preparo com matérias da revista Veja e de sentidos de preparação oriundos dos estudos foucaultianos da cultura helênica, cristã e neoliberal. A análise aponta uma continuidade cristã neoliberal na constituição da noção contemporânea de preparação que, alheia à estética envolvida na preparação de si mesmo entre os gregos, constitui-se por uma natureza eminentemente laboral que transforma a busca da vida plena em anseios por uma existência mercadologicamente viável.
The text analyzes the issue of silence in a contemporary context, thinking from its double Latin meaning: that of taceo, as silencing; and that of sileo, as a silence that expands subjective spaces of creation, suspending previous significant codifications. The analysis goes through the relationships between ways of silence and discipline (of oneself or the other) and their reverberations in the bodies, based on the thoughts of Michel Foucault and José Gil. The reflection culminates thinking about the silence that sometimes operates as moralizing pedagogy, other times as a pedagogical act that opens space for new modes of existence.
O artigo concentra o foco em dois principais tensionamentos que parecem um tanto especiais para compreender o exercício da função-orientador nas instituições universitárias. O primeiro diz respeito ao modo como pensamos a forma escolar; o segundo se refere à maneira como vislumbramos os lugares do texto e da escrita na relação acadêmica. Tal percurso investigativo foi estimulado pelo desejo de encontrar itinerâncias entre Michel Foucault e a Educação que, de algum modo, nos desafiem a (re)pensar aquilo que cotidianamente fazemos (ou deixamos de fazer) em nossos exercícios docentes na contemporaneidade.
Resumo: O estudo analisa, partindo sobretudo de algumas reflexões realizadas por Michel Foucault, aquilo que denomina hiperformatividade: a maneira pela qual os discursos da formação, compreendida como ato de interferência educativa nos modos de existir, tem se difundido para bem além dos espaços formais de escolarização. Para isso, delineia diferentes modos de dispersão dos enunciados que formam o dispositivo formativo na atualidade. Partindo-se da análise de documentos legais e de reportagens veiculadas pela revista Veja, foram mapeados movimentos de espalhamento que parecem estar na base de certa cultura hiperformativa na contemporaneidade: dispersões pela complexidade, que ampliam o espectro de saberes fundamentais à formação; pela (auto)qualificação do ato formativo, que funcionam pela qualificação e mensurabilidade da própria ação de formação; pela liquidez das aquisições formativas, que tornam efêmeras as conquistas de formação, fazendo do preparo um movimento de sucessivos reinícios; e pelo engajamento individual, que constroem um senso de responsabilidade diante do mundo e da coletividade, estabelecendo as aquisições formativas necessárias a sua consecução. Tais dispersões constroem formas de integração entre formatividade, laboralidade e modos de existir, dando à noção de formação um sentido de preparo bem atento aos ideais mercadológicos dos discursos de matriz neoliberal, que precisa ser foco de estudos que se debrucem sobre a formatividade contemporânea. Palavras-chave: Políticas educacionais. Dispositivo formativo. Dispersões formativas. Hiperformatividade.
HIPERFORMATIVINESS AND ITS DISPERSIONS: FORMATIVES RACIONALITIES BEYOND THE SCHOOLINGAbstract: The study analyzes, based on Michel Foucault's studies, what it could be called "hiperformativiness": the way formation discourses, understood as acts of educational interference in modes of existence, it has spread beyond the formal schooling spaces. In this way, the article draws different means of dispersion of the statements that shape the formation device today. Starting from the analysis of legal documents and articles published by
O texto propõe um olhar sobre a ideia de uma ética educacional desde os corpos, aproximando filósofos da diferença e aulas de Biodanza, uma prática corporal, na universidade. A noção de ética em Foucault pressupõe um vínculo estreito entre as mensagens trazidas pelo indivíduo ao mundo e seus modos de ser. Com Gil tal vínculo pode ser lido em corpos paradoxais e com possibilidades de abertura. O que se pode, então, dizer de uma ética que tenha como base um corpo sempre permeável? Como fazer educação a partir dela? Pensamos uma ética educacional a partir da condição responsiva do corpo, que suspende sua suposta estabilidade; de sua condição aglutinadora, nos contatos que estabelece; e de sua condição de comum, que sustenta a força política da intempestividade do corpo.
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