Ao Luiz Carlos Nogueira, in memorian, que inicialmente me orientou neste trabalho. Atribuo meu "giro lacaniano" ao encontro que tive com suas transmissões, em 2000. Aquele foi um encontro com efeito de corte. Ouví-lo indicou-me um caminho e acompanhá-lo precipitou em mim uma decisão. Seguir as veredas lacanianas, isto operou marcas, evidenciou um antes e um depois em minha trajetória e, claro, não foi sem conseqüências para a minha clínica. Verifico que suas palavras permanecem e ressoam fortemente nas trilheiras psicanalíticas que, decididamente, continuo a percorrer. Se sua ausência exigiume um trabalho de luto, foi-me possível transformar a perda em causa e, inclusive, realizar esta tese. Ao Prof. Dr. Gilberto Safra, pela atenção nos momentos em que estive "sem orientador". Ao Christian Dunker, por quem tive, então, o privilégio de ser orientada. Agradeço-lhe pela leitura sempre atenta, crítica e rigorosa, por me acompanhar de maneira generosa nos diversos momentos que atravessei, por me mostrar, de modo peculiar, ser possível o estabelecimento de uma parceria em um trabalho acadêmico e por me auxiliar a bem conduzir as delicadas relações entre universidade e psicanálise. À Helena Bicalho, que de perto me acompanhou e que, com bastante delicadeza, indicou-me caminhos fundamentais para a tessitura dessa tese. Suas preciosas pontuações sobre lógica, em meu exame de qualificação, modificaram o destino de algumas passagens em minha escrita. Ao Raul Pacheco que, em meu exame de qualificação, a um só tempo, sugeriu uma nova estrutura para este texto e me despertou de uma espécie de "equívoco político". Isso, preciso dizer-lhe, com muita justeza e clareza. À Michele Faria, pelas ricas supervisões que ressoam neste trabalho. À Dominique Fingermann, por sua escuta e por seu gesto, que analiticamente me conduziram do desencadeamento até a causa. vii À querida Ana Laura Prates Pacheco, importante interlocutora, com cujos textos tanto dialoguei na confecção desta tese. Aos amigos queridos Juliana, Mauricio, Maria Lívia, Ana Laura, já mencionada, Marcelo e Sergio, por estarmos juntos nos momentos difíceis que sucederam o falecimento de Luiz Carlos Nogueira, em outubro de 2003. Há época, Juliana, Maria Lívia, Marcelo e eu formamos um cartel, que sustentou nosso esforço de pesquisa e, particularmente, fez-me deslizar até a causa. Esses amigos, somados ao Christian, como mais um, foram, mais uma vez, fundamentais as minhas realizações. E, depois, preciso sublinhar, brindaria também os tantos outros momentos preciosos que partilhamos. Aos amigos e colegas do grupo de orientação: Marcelo, já mencionado, Paulo, Leandro, Abenon e ao meu marido Ronaldo, por pontuações e discussões que contribuíram bastante para este trabalho. Neste mesmo sentido, agradeço também à Letícia, à Fátima e ao Ivan. Às coordenadoras do PROMUD, Patrícia Hochgraf e Silvia Brasiliano, pelos espaços abertos e pelo tempo concedido para o início deste trabalho. À Miriam Debieux, minha orientadora no mestrado, por nos possibilitar bons e importantes encontros, ...
reud (1912/1976), em suas recomendações, deixou escrito: "Uma das reivindicações que a psicanálise faz em seu favor é, indubitavelmente, o fato de que, em sua execução, pesquisa e tratamento coincidem" (p. 152). E Lacan (1966/1998, p. 71) escreveu: ... Que se possa ver, no que aqui se desenha de uma referência à linguagem, o fruto da única imprudência que nunca nos enganou: a de não nos fiarmos a nada senão à experiência do sujeito que é a matéria única do trabalho analítico.
Este artigo propõe extrair do mito de Narciso seus componentes estruturais e seguir com possíveis críticas ao degredo do laço social contemporâneo. A presença das ordens paterna e pulsional no mito e no destino trágico do herói grego é crucial para a sustentação dos argumentos aqui apresentados. Narciso era filho de Cefiso (um rio). As águas (como espelho-Outro) estavam postas desde o início da narrativa. As dimensões do olhar e da voz (como objetos pulsionais) apresentam-se de modo reificado: o olhar que aprisiona e a voz que surge petrificada e em profunda alienação (ecolalia). A orientação ética de uma análise, que visa ao esvaziamento do sentido e à sustentação do furo próprio ao Real, seria um contraponto ao inflar narcísico e à voracidade dos espetáculos de sentido. O presente trabalho se encerra com uma proposta de distinção entre o que seria um fim de análise por o que se pode designar como identificação narcísica (quando os elos do sintoma e do Imaginário atam-se por homotopia) e quando ocorre, por um ponto vazio, enigmático, a identificação ao sinthoma (o que coloca em continuidade Real e sinthoma).
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