Este artigo tem por objetivo principal discutir a visita domiciliar em saúde mental, refletindo acerca dos sentidos construídos nas relações estabelecidas entre os membros da equipe multidisciplinar, entre equipe e família e intermembros do sistema familiar, e, assim, contribuir para a capacitação familiar e conseqüente inclusão social do usuário de saúde mental. Tendo como base a experiência em um hospital psiquiátrico do DF, foi delineada uma tríade atitudinal para ancorar este trabalho dentro dos pressupostos da reforma psiquiátrica: a ética, a ação teórica e a postura reflexiva. Concluiu-se que é a partir do questionamento de conceitos já naturalizados sobre a doença mental como incapacitadora e alienante, e a família como culpada e incapaz de cuidar, que o usuário pode ter a sua cidadania retomada. Por ser conhecedor da importância das relações para a construção de sentidos e pela sua disponibilidade para a escuta, definiu-se o papel do psicólogo dentro da equipe, na visita domiciliar, como precursor dessa mudança relacional.
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