RESUMO -Este artigo visa, primeiramente, explicitar como o método fenomenológico idealizado por Husserl encontra-se presente no pensamento de Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty. Temas como consciência, intencionalidade e percepção, tratados por esses filósofos, serão apresentados, buscando destacar os três momentos, presentes em Husserl, imprescindíveis para uma investigação fenomenológica: a redução fenomenológica, a descrição dos vetores internos ao fenômeno e a explicitação da experiência. Em um segundo momento, indo ao encontro das considerações de Giorgi e Goto, pretende-se defender que a psicologia, ao apropriar-se do método fenomenológico em suas investigações, deve, considerando o contexto de sua área de estudo, manter-se fiel aos três momentos constitutivos do método fenomenológico.Palavras-chave: fenomenologia, método, filosofias da existência, psicologia The Phenomenological Research Method in the Philosophies of Existence and in the PsychologyABSTRACT -This article aims, first, to explain how the phenomenological method devised by Husserl is present in the thought of Heidegger, Sartre and Merleau-Ponty. Themes addressed by the philosophy as conscience, intencionality and perception will be discussed in order to show the three indispensable moments for a phenomenological research highlighted by Husserl: phenomenological reduction; description of internal vectors to the phenomenon and explanation of experiences. On the second, it going to meet the considerations of Giorgi and Goto, it argue that the Psychology the ownership of the phenomenological method in their investigations, should, considering the context of your study area, remain faithful at the three constituent moments of the phenomenological method.Keywords: phenomenology, method, philosophies of existence, psychology O presente estudo sobre fenomenologia e método pretende, primeiramente, explicitar como o método fenomenológico idealizado por Edmund Husserl (1859-1938) encontra-se presente nas filosofias da existência, mais especificamente, em Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty ao desenvolverem seus estudos sobre as temáticas existenciais. E ainda, a partir da fenomenologia e da filosofia da existência, visa-se também mostrar como a psicologia, em uma tentativa de distanciar-se das referências científico-naturais, segue o caminho do método fenomenológico, tal como ocorreu com as filosofias da existência, como se pode notar no trabalho de dois autores contemporâneos, Giorgi (2006) e Goto (2008).A escolha dos filósofos da existência, Heidegger, Sartre e Merleau-Ponty, ocorreu pelo fato de que os três apontam para a importância da máxima da fenomenologia de Husserl que consiste em ir às coisas mesmas quando se pretende investigar um fenômeno. Os três recebem essa definição pelo fato de manterem a pretensão de se afastarem dos critérios idealistas e realistas, estabelecendo, assim, um marco diferenciador entre as filosofias que se preocupam com a essência imutável das coisas e as filosofias que pretendem retornar ao âmbito onde a existência mesma ...
RESUMO -Neste artigo, pretendemos questionar a possibilidade da utilização do método fenomenológico de Edmund Husserl nas pesquisas em psicologia. Apresentaremos, primeiramente, o projeto de fenomenologia de Husserl, com suas análises sobre a intencionalidade, o método fenomenológico e a redução do empírico ao fenomenológico. De posse dessas concepções, discutiremos a pretensão de Amedeo Giorgi de utilizar o método empírico fenomenológico nas suas investigações em psicologia. Deter-nos-emos, especialmente, no modo como Amedeo Giorgi aplica o método fenomenológico às pesquisas em psicologia para mostrar os momentos imprescindíveis, mas, ao mesmo tempo, ambíguos, da investigação fenomenológica na psicologia. Por fim, levantaremos questões e apontaremos respostas acerca da possibilidade de aplicação do método de Husserl às investigações em psicologia. ABSTRACT -This article aimed to discuss the possibility of making use of Husserl's phenomenological method in psychology research. Initially, we will present Husserl's phenomenology project taking into consideration his analysis related to intentionality, the phenomenological method and the reduction of the empirical to the phenomenological. Considering these conceptions, we will discuss the pretensions of Amedeo Giorgi in using the phenomenological empirical method in their psychological research. We will take a closer look on how Amedeo Giorgi applies the phenomenological method in psychological research in order to show its essential but also ambiguous moments. Finally, we will raise questions and suggest answers regarding the possibility of applying Husserl's method in psychological research. Husserl (1859Husserl ( -1938 vem sendo empregado nas pesquisas em psicologia. Essa ciência tem buscado, desde seu início, a fenomenologia como método de investigação, principalmente quando assume a perspectiva de que o fenômeno psíquico se constitui a partir da intencionalidade -como uma condição inerente à própria vida psíquica para além dela mesma -e, como tal, só pode ser alcançado enquanto vivência que se dá na imanência da consciência. E é esse o espaço decisivo em que as coisas (Sachen) se dão: é aqui que se tem a oportunidade de se confrontar com o efetivamente real. Para Husserl (1913Husserl ( /2006, no entanto, o real tal como tomado pela experiência empírica não pode ser assumido, a princípio, como fundamento, no interior de uma pesquisa científica, verdadeiramente evidente e rigorosa, uma vez que nunca pode se mostrar como completamente apodítico. Assim, Husserl nos mostra que a fenomenologia não é uma ciência de realidades, tal como a psicologia cientifica, mas uma ciência que trata dos fenômenos irreais, eidético e não com o efetivamente real, mesmo este estando aí e sendo também aquilo o que constitui o fenômeno. Palavras Keywords Muitas vezes, tal como na Sexta investigação dasInvestigações Lógicas, Husserl (1901/2007a referiu-se ao empírico como se o que estivesse em jogo para ele fosse acolher as coisas mesmas em sua dimensão empírica. No desenvolvimento des...
Pretende-se aqui discutir como os fundamentos da metafísica da subjetividade (tais como a concepção do eu nuclear e a dicotomização entre interioridade e totalidade) foram hegemônicos na constituição de boa parte das teorias e práticas psicológicas. Apontando para as contradições e para o consequente esvaziamento que a premissa da subjetividade e a dicotomização da totalidade impuseram à Psicologia, lançaremos as bases de uma psicologia fenomenológico-existencial voltada para o social que, embasando-se na Fenomenologia e na Filosofia da Existência, possa romper com a posição substancialista e dicotômica assumida pelos diferentes modelos em Psicologia. Para tanto, tomar-se-á a proposta fenomenológica inaugurada por Husserl e levada adiante por Heidegger, para pensar o eu como um fluxo de vivências intencionais fundadas na imanência de uma consciência já sempre projetada para além de si ou como um campo existencial de sentido e significados compartilhados assentado na temporalidade do ser-aí.
A r t i g o a clínica daseinsanalítica: considerações Preliminares The Daseinsanalitical Clinic: Preliminary Considerations La Clínica Daseinsanalítica: Consideraciones Preliminares ana maria loPez CalVo de FeiJoo Resumo: Neste artigo, serão apresentados dois pilares da história da daseinsanálise para então discutirmos elementos inscritos em uma daseinsanálise atual. O primeiro pilar consiste na proposta de Ludwig Binswanger, que vai tomar como referência as noções de projeto e cuidado, considerando a questão da existência humana como ser-aí em seu caráter de indeterminação, finitude e poder-ser. O segundo pilar são as tonalidades afetivas da angústia e do tédio, este considerado por Boss como a tonalidade afetiva que abarca o homem em um mundo onde o que predomina é o horizonte da técnica. Estas questões foram tratadas ontologicamente por Martin Heidegger e consideradas em uma aproximação com a psiquiatria, primeiramente por Binswanger e tendo continuidade com Boss. Por fim serão apresentados alguns elementos imprescindíveis a uma elaboração mais recente da daseinsanálise.
The children's psychological clinic in an existential perspective La clínica psicológica de niños en una perspectiva existencial ANA MARIA LOPEZ CALVO DE FEIJOO Resumo: Neste artigo, tentaremos responder aos questionamentos acerca da viabilidade de uma clínica psicológica com base na filosofia da existência. Iniciamos assinalando aspectos que apontam para a possibilidade de uma clínica psicológica infantil em uma perspectiva existencial. Para tanto, consideraremos que o que está em questão na criança, ou seja, seu caráter de indeterminação, de liberdade e de cuidado, em nada difere do adulto. E que os aspectos essenciais na postura do clínico são a atitude fenomenológica e a preocupação libertadora. Desta forma, o psicólogo clínico, prescindindo de qualquer posicionamento teórico e da respectiva categorização acerca do comportamento infantil, pode acercar-se do fenômeno tal como esse se apresenta.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.