O objetivo desse ensaio é refletir sobre a alfabetização de crianças buscando articular duas perspectivas epistemológicas: a concepção de Paulo Freire sobre a educação e a alfabetização e a teoria dos novos estudos do letramento (NEL), em circulação no país a partir dos anos de 1990 do século XX. Ao buscar responder as perguntas “Que alfabetização queremos para as crianças? Qual o sentido da alfabetização hoje?”, nossas reflexões indicam que uma possível mudança nas práticas de alfabetização passaria por uma transformação da escrita que circula na escola, aliada a uma pedagogia da pergunta e do diálogo, como elementos fundantes da prática pedagógica alfabetizadora.
RESUMO: Este artigo tem o objetivo de apresentar e discutir duas práticas de alfabetização com crianças de seis anos, no contexto da ampliação do tempo no Ensino Fundamental. A perspectiva etnográfica dos Novos Estudos do Letramento configurou-se como principal aporte teórico metodológico. Questionandonos sobre qual seria o ponto de partida escolhido pelas docentes para o ensino da leitura e da escrita, vislumbramos duas práticas distintas de alfabetização: uma, cujo ponto de partida para a construção dos eventos de letramento era uma determinada letra do alfabeto; e outra, que teve predominantemente o texto e o contexto como disparadores desse processo.Palavras-chave: Ensino Fundamental. Alfabetização. Sala de aula. Etnografia.
Introduction: Currently, there is a greater concern of individuals with vision and imposition of
perfect body. The change in the perception of the body image is motivated by social, environmental
and, strongly, by the media, which imposes a beauty pattern associated with thinness or muscular
bodies. A distorted view of the actual body image has repercussions on the levels of well-being
and self-esteem, as well as in the decision-making related to nutrition and health in general.
The objective of this study is to verify the anthropometric nutritional status and perception of the
body image of users of primary care. Methods: A cross-sectional study conducted with users of
primary care in the city of Fátima-Bahia. Socio-demographic information, anthropometric evaluation (weight, height and waist circumference) and perception of ideal and real body image were
collected. Results: 89 users participating in the HiperDia program participated in the study, the
most were women (87.6%) and adults (67.4%). Regarding nutritional status, 61.8% were overweight
and 79.8% had abdominal fat accumulation. Most of the individuals showed dissatisfaction due
to overweight (78.7%) and 6.7% of dissatisfaction for thinness. Of the individuals with adequate
nutritional status, 73.5% also had some type of body dissatisfaction (both for thinness or excess).
Conclusion: The majority of subjects presented with overweight and body image dissatisfaction.
It is essential to evaluate the body image of the individuals on the part of the health professionals,
assisting the clinical practice and guaranteeing an integral attention to the individual.
Parte do cinema brasileiro pensado e elaborado nos anos 2010 produziu gestos sintomáticos da corrida desenvolvimentista e imobiliária em grandes cidades brasileiras a partir de leituras temporais não-lineares. A partir de uma constelação de imagens acionadas por um grupo de cinco filmes, este artigo busca aproximar sequências a partir de três conceitos temporais distintos: a perspectiva ecobiótica andina de tempo (YAMPARA, 2010), o tempo espiralar em rituais do Congado (MARTINS, 2002) e o tempo Exu (SODRÉ, 2017). Com eles, é possível percebemos parte do cinema brasileiro revelando, em suas cidades, a estrutura fóssil em projetos de futuro.
Neste texto buscamos compreender como tem se dado a alfabetização das crianças de seis anos no EF em turmas, nas quais, subentende-se, já se consolidou o ordenamento legal que trata da ampliação do EF. Optamos pela perspectiva etnográfica como o aporte teórico-metodológico da investigação que realizamos numa turma de crianças de seis anos de uma escola pública de Minas Gerais. Os dados da sala de aula foram coletados entre abril e dezembro de 2010, com um total de 47 dias observados e registrados no caderno de campo, além de entrevista com a professora. Os resultados indicam que a concepção de alfabetização presente nessa prática vincula-se a uma visão da escrita apenas como um código de transcrição das unidades sonoras em unidades gráficas, uma vez que as atividades predominantes na sala de aula eram cópia de textos curtos, repetição de palavras soltas, decodificação de sílaba por sílaba.
O artigo discute uma prática de alfabetização numa turma de 2º ano de uma escola pública da rede municipal de Recife. Nosso objetivo foi compreender as concepções de alfabetização, leitura e escrita que permearam o trabalho da alfabetizadora, a partir da análise de eventos de alfabetização. Lançamos mão da perspectiva etnográfica de investigação, com base nos Novos Estudos do Letramento, nas ideias de Paulo Freire e de Bakhtin, considerando as forças políticas e históricas que constituem os parâmetros da educação formal e da cultura escolar. Os resultados indicam que, na prática aqui analisada, predominou uma concepção de alfabetização como apropriação do Sistema de Escrita Alfabética (SEA) e a leitura e escrita como processos de decodificação e codificação, decorrentes de uma concepção de língua escrita como uma técnica neutra e não como uma ferramenta cultural que embasa as práticas de letramento numa sociedade grafocêntrica. Argumentamos que no processo de ensino e aprendizagem da língua escrita na escola (e fora dela) não podemos deixar o processo crítico para depois; ao contrário, é urgente assumir uma concepção de alfabetização que contemple a natureza política, social e cultural da escrita.
O gesto de insubordinação silenciosa, feita à espreita do olhar, foi bastante presente na produção cinematográfica brasileira realizada nos anos de 2010. A partir de uma aposta metodológica inspirada nas pranchas warburguianas no Atlas Mnemosyne, este artigo dispõe juntas sequências de oito filmes nos quais é possível sentir presente o páthos de um grito abafado manifestado quando ele não consegue mais se conter. Uma vez juntas, essas imagens são capazes de acionar, a partir de uma natureza coletiva e pública proporcionada pela própria exibição dos filmes, a energia de um levante.
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