Não existe um conceito universal para referir-se à categoria juventude. Seu estudo, inicialmente, constitui um desafio que exige sempre uma decifração por parte daqueles que a pesquisam (DIÓGENES, 2009). Nas últimas duas décadas, o Nordeste brasileiro vem passando por uma mudança no contexto dos grandes centros urbanos, com a transição de modelos das décadas anteriores como as galeras e gangues para as facções e coletivos criminais, em função das transformações do cotidiano urbano, que se torna mais complexo. Assim, os índices de violências letais, costumeiramente vistos em um período anterior mais concentrados na região Sudeste, passam a crescer na região Nordeste (VIEIRA, 2014). Além do mais, há que se mencionar que o crime resulta de uma interação complexa entre múltiplos fatores: individuais, interpessoais, institucionais e estruturais (SAPORI; SOARES, 2015). Nesta perspectiva, o objetivo central desta pesquisa consiste em analisar, de forma comparada, as dinâmicas das mortes violentas por agressão de jovens entre 15 e 29 anos nos estados do Ceará e Paraíba, no período 2011-2020. Em termos metodológicos, propõe-se uma pesquisa descritiva de caráter quanti-qualitativa que irá utilizar dos métodos bibliográfico, a partir do suporte na literatura; documental, com a coleta de dados secundários nas bases oficiais do Ministério da Saúde (MS), através do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM/DATASUS) e do Anuário brasileiro de Segurança Pública (FBSP); e comparativo, a partir da interpretação das informações concernentes às realidades dos estados do Ceará e Paraíba, que compõem a região Nordeste do Brasil. Espera-se, assim, avançar nos estudos sobre a temática.