A temática da sexualidade é muitas vezes entendida como algo "natural", como dado pela natureza, inerente ao ser humano (Louro, 2013). Assim, como afirma Louro (2013), esta concepção está ancorada na premissa de que todos vivemos nossos corpos universalmente da mesma maneira. No entanto, podemos entender que a vivência da sexualidade envolve processos sociais, culturais e históricos, nos quais marcadores como idade, raça/etnia, nacionalidade, classe social e orientação sexual apontam para uma pluralidade de possibilidades.No contexto brasileiro, a temática da sexualidade vem sendo abordada com restrições, calcada em aspectos reprodutivos e funcionais, especialmente no contexto escolar. As questões referentes aos aspectos motivacionais, comportamentais e psicológicos envolvidos com as práticas sexuais e relacionais têm sido, muitas vezes, relegadas ao tabu, encontrando resistências e dificuldades de abordagem pelos profissionais da educação.Os professores reconhecem a educação sexual como um importante aspecto dentro do processo de formação dos estudantes. Entretanto, muitas vezes os professores não se sentem seguros ao abordar questões de sexualidade dentro da escola (Figueiró, 2006). Entre os receios mais comuns estão a forma como os pais encaram essa interferência, os choques de valores e crenças embutidos no tema da sexualidade e o poder de influenciar a vida sexual de seus alunos. Segundo os ResumoO objetivo desta intervenção foi implementar oficinas sobre sexualidade em escolas, fundamentadas na metodologia participativa. Foram realizadas 11 oficinas em Porto Alegre, com 349 alunos, organizadas a partir das dúvidas dos adolescentes. As oficinas visaram promover reflexão crítica e autocuidado. Mapearam-se os sentidos associados à palavra sexualidade e as principais dúvidas dos jovens. As palavras mais referidas foram: sexo, amor, camisinha, prazer, gênero, homem, mulher, gravidez, doenças e relação. As dúvidas mais frequentes foram: primeira relação sexual, gravidez, cuidados médicos, sexo e drogas, gênero, orientação sexual, cultura e sexualidade, corpo e prazer, infecções sexualmente transmissíveis e violência. Os alunos avaliaram a intervenção positivamente. Os resultados apontam para necessidade de as escolas abordarem o tema da sexualidade, construindo espaços de diálogo.Palavras chave: Sexualidade; Escola; Oficinas; Prevenção. AbstractThe aim of this intervention was to implement workshops on sexuality in schools, based on participant methodology. We performed 11 workshops in Porto Alegre with 349 students, organized from the students' questions. The workshops aimed to promote critical reflection and self-care. We mapped the meanings related to sexuality and the students' main doubts. The most cited words were: sex, love, condom, pleasure, gender, man, woman, pregnancy, diseases, and relationship. The most frequent doubts were: first sexual intercourse, pregnancy, medical care, sex and drugs, gender, sexual orientation, culture and sexuality, body and pleasure, sexually transmitted infections, and vi...
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