Ao delinear o objeto de investigação através de bolsa de iniciação científica, com financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), já havíamos adotado como correta a premissa de que a assistência de enfermagem deve ser repleta de conhecimentos científicos capazes de desenvolver a sensibilidade nas relações humanas. A valorização da comunicação, especialmente do tipo não-verbal, define o grau de complexidade das respostas do corpo, como aquelas resultantes da ordem física, biológica, social, espiritual, psíquica e energética do sujeito no processo de enfermagem¹.Associando os dados das pesquisas às experiências em campo de estágio supervisionado na graduação, verifiquei que o paciente, durante a recuperação anestésica de tireoidectomia subtotal, experimenta a dor, fadiga ou outra sensação, produzindo um diálogo interno, consciente ou não, que se exterioriza, como conseqüência, através de diferentes manifestações corporais.Nesta etapa cirúrgica, o ato de cuidar enriquece-se quando o observador, o profissional de enfermagem do centro cirúrgico, percebe e decodifica as expressões não-verbais cinésicas e de paralinguagem do paciente, para que, assim, possa adequar a singularidade do cuidado.Nessa busca, os gestos, as posturas, as expressões fisionômicas e os sons ganham relevo no cuidado, pois resultam de outras sensações desagradáveis e incômodas sentidas e utilizadas pelos pacientes para se comunicarem. Cabe ao profissional de enfermagem desenvolver, continuamente, habilidades técnicas e humanas para intervir, o que demanda o desenvolvimento de sua capacidade em se comunicar².Ao elaborar um instrumento de observação de campo, buscamos não só a percepção auditiva da paralinguagem e as cinesias manifestadas pelo paciente, mas também analisar como o profissional de enfermagem percebe e atende as necessidades implícitas nessas manifestações.Se a paralinguagem é traduzida como diferentes sons do aparelho fonador que não se traduzem em palavras, ao investigá-la de forma sistematizada, compreendemos, juntamente com a cinesia do paciente, suas tentativas de se fazer entender.A relevância deste estudo traduz-se na possibilidade de abertura dos sentidos, para redimensionar o olhar aos aspectos intersubjetivos presentes na interação com os pacientes submetidos à tireoidectomia subtotal no pós-operatório. Do tipo exploratório-descritivo, o estudo está utilizando o método de observação não-participante e está sendo realizado no setor de recuperação anestésica (RA) do centro cirúrgico de um hospital de grande porte do Rio de Janeiro.O roteiro de observação sistematizada utiliza a vivência adaptada dos sentidos sócio-comunicantes do corpo, criada por Araújo³, para exercitar a amplitude dos sentidos. A observação ocorreu durante a primeira hora de recuperação anestésica, e foi realizada, posteriormente, uma entrevista com os pacientes para a compreensão das sensações atribuídas às manifestações observadas.O estudo, com duração prevista para dois anos (junho/2005 -maio/ 2007)...
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