Com base nas análises de Stephen Ball e nos conceitos de recontextualização (Basil Bernstein) e de hibridismo (García Canclini), analisa as políticas curriculares no Governo Lula. Defende que tais políticas ainda se desenvolvem sob influência da mesma comunidade epistêmica do Governo Fernando Henrique Cardoso e aponta os principais marcos de mudança que poderiam ser desenvolvidos.
RESUMO:Neste artigo, analisamos a centralidade do conceito de competências na reforma curricular da formação de professores no Brasil nos anos de 1990. Com base em Basil Bernstein, consideramos competências um conceito recontextualizado. Com base nos documentos oficiais, analisamos as relações globais e locais instituintes do controle da profissionalização docente via currículo por competências. Analisamos também como o conceito de competências já foi empregado ao longo da história do currículo, particularmente na formação de professores, bem como as perspectivas que se apresentam para a formação de professores em nossa história recente.
Palavras-chave:Competências. Currículo. Formação de professores.Recontextualização.
COMPETENCES IN BRAZILIAN TEACHER EDUCATION: WHAT'S (NOT) NEWABSTRACT: This paper aims at analyzing the central role played by the concept of competences in the curricular reform in the Brazilian teacher education, in the 1990s. Drawing on the work of Basil Bernstein, competences are understood as a recontextualized concept. Based on official documents, we analyze the global and local relations that promoted the control on the teachers' professionalization through a competence-based teacher education. The different ways to apply this concept to the curriculum history, especially as concerns teacher education, are also explored, as well as the viewpoints they brought for teacher education in Brazilian recent history.
Por intermédio de um enfoque pós-estrutural e pós-fundacional, este artigo apresenta uma argumentação crítica ao projeto de base curricular nacional comum. Para tal, investiga alguns textos sobre base curricular nacional, com destaque para os programas de governo dos presidenciáveis de 2014, no Brasil: Aécio Neves, Dilma Roussef e Marina da Silva (substituindo Eduardo Campos). A política por um currículo sem fundamentos significa defender que não há princípios e regras curriculares absolutos, definidos cientificamente ou por qualquer outra razão, fora do jogo político educacional.
Neste artigo, é defendido que a disciplina escolar é um híbrido de discursos curriculares. Para argumentar em favor dessa idéia, é analisado como textos na área de ensino de Química influenciam nas políticas de currículo, hibridizando discursos oficiais e outros discursos curriculares. São articuladas as discussões teóricas de Ball, sobre políticas de currículo, de Goodson, sobre disciplinas escolares, de Bernstein, sobre recontextualização, e de Canclini, sobre hibridismo.
São discutidas as relações entre disciplinas escolares e propostas de integração nas políticas de currículo, com foco na proposta de itinerários formativos e de organização por competências da Base Nacional Comum Curricular para o ensino médio, destacando alguns efeitos que produzem nas identificações docentes, bem como as tentativas de controle dos projetos de vida dos estudantes. O artigo conclui que a proposta de integração curricular apresentada pela BNCC do ensino médio não viabiliza a flexibilidade curricular a qual alude, pelo contrário, tende a ser restritiva de possibilidades de integração curricular por permanecer tentando controlar o projeto de futuro dos jovens estudantes por meio de metas fixadas a priori.
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