Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm como característica principal déficits sociocomunicativos, necessitando, dependendo do grau, de um acompanhante para um suporte intenso e em tempo integral que, geralmente, vem da sua mãe biológica. Em decorrência dos comportamentos ansiosos, hiperativos, déficits de adaptação, déficits de comunicação e interação do autista há prejuízos no seu desenvolvimento, comunicação e socialização, além de interferir na rotina da família e, principalmente, na saúde mental e física da mãe. O recebimento do diagnóstico pode ser um alívio ou um sofrimento, gerando repercussões negativas ou positivas na percepção materna. Essas mulheres passam por um processo de aceitação do diagnóstico e da condição dos seus filhos. As críticas negativas, exclusão social, regras de gênero e sobrecarga de deveres favorecem o surgimento de acometimentos psiquiátricos na mãe de filho com TEA. Além do próprio transtorno, comorbidades frequentes também dificultam o manejo dessas crianças pela progenitora. Dependendo do significado dado ao diagnóstico do seu filho, as cuidadoras podem ter diversas formas de lidar com a vivência diária, mas sabe-se que isso interfere diretamente na saúde de suas mentes. Deve ser ressaltada a importância dos profissionais de saúde para nortear essas mães, uma vez que elas os vêem como autoridades de informação e se baseiam nos dados informados para tomada de decisão. Eles fazem parte das formas de apoio fornecidas e percebidas pelas mulheres que exercem a maternidade de filhos com o transtorno. A forma, tipo, qualidade e intimidade envolvidos no apoio são significativos para a percepção do suporte pela mãe. São necessários mais estudos para entender melhor a situação dessas mães no Brasil e no mundo, pois a literatura nacional é escassa. Dessa forma será possível cuidar de quem cuida.
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