entre 1992 e 2018. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Síntese de Fármacos e Controle de Qualidade de Medicamentos, atuando principalmente nos seguintes temas: síntese de derivados de 2H-1,4-benzotiazinonas, caracterização estrutural, atividades farmacológicas e validação de metodologias analíticas. Realizou pesquisas nas áreas de fitoremediação utilizando cianobactérias e macrófitas e na validação de metodologias analíticas para controle de água potável e realiza estudos sobre água e gênero.
Este artigo procura demonstrar a importância de medidas que incentivem a igualdade de gênero e a participação feminina nos processos de tomada de decisão sobre a água, como uma forma de garantir o direito ao acesso a água a todos. A pesquisa realizada para atingir esse objetivo foi à teórica, com uma abordagem qualitativa. O procedimento escolhido foi o de revisão bibliográfica e documental.Os resultados demonstram que devido a resquícios do sistema patriarcal e da divisão do trabalho, ainda presentes no mundo de hoje, a trajetória das mulheres é marcada por exclusões sociais, econômicas e políticas. No que se refere ao acesso a água, não ocorre uma exceção. As mulheres são consideradas as mais prejudicadas quando falta água no mundo e as principais gestoras da água em âmbito doméstico.Antagonicamente, as decisões públicas sobre a água estão guiadas, na grande maioria, por preferências masculinas,que não levam em conta necessidades especificamente femininas.A coesão entre diferentes instituições políticas e marcos regulatórios é importante para a criação de projetos e programas que possibilitem uma diminuição nas desigualdades existentes eestimulem a participação das mulheres nas decisões sobre a água, buscando garantir a elas o acesso a esse recurso de forma equitativa.PALAVRAS-CHAVE: Igualdade de gênero; Direito ao acesso; Escassez de água; Gestão pública.
Embora haja um expressivo número de normas jurídicas com o objetivo de combater a desigualdade em razão de gênero em todos os setores, as desigualdades persistem, o que ocorre também na gestão da água. Para preencher essa lacuna, a participação das mulheres nos conselhos e nas tomadas de decisões em relação aos recursos hídricos é uma das principais formas de garantia de acesso à água de forma mais igualitária. A participação delas possibilita também o empoderamento, proporcionando-lhes maior possibilidade de exercer poder e cidadania no espaço público, bem como uma maior legitimidade das normas jurídicas e maior eficácia das políticas públicas. Nesse trabalho foi realizado uma pesquisa de campo com conselheiros/as e trabalhadores/as que atuam na gestão da água em Ouro Preto/MG. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e analisados. As análises dos dados apontaram a necessidade do aumento da participação das mulheres nas organizações e conselhos, tanto em número, quanto também, na ocupação de postos responsáveis pelas tomadas de decisões. A luta pela superação das diferenças, não se trata de uma luta exclusiva das mulheres, mas também dos homens, coautores e construtores das transformações sociais.
A fim de traçar o perfil sócio profissional dos gestores da água em Ouro Preto/MG realizou-se um estudo descritivo de abordagem qualitativa avaliando o perfil sócio profissional e estrutura familiar de 118 colaboradores dos principais órgãos e conselhos relacionados à gestão da água, através de um questionário. O estudo revelou uma significativa preponderância de homens, uma hierarquia masculina nos cargos e posições ocupadas, identificando desigualdades de gênero na gestão da água. Os dados apresentados permitem traçar um panorama do perfil dos representantes dos órgãos, conselhos e comitê do município que em sua maioria, são do sexo masculino, das classes média e alta, possuem alta escolaridade e têm entre 34 e 41 anos. Por fim, foi observado que ainda persistem estereótipos patriarcais tradicionais no que se refere ao papel e as responsabilidades de homens e mulheres.
A integração da perspectiva de gênero na gestão dos recursos hídricos visa a garantir que as experiências e preocupações de homens e mulheres façam parte da preparação, efetivação, controle e avaliação das políticas e programas sobre a água. Tal integração é necessária na medida em que as mulheres são minorias nas altas instâncias decisórias sobre os recursos hídricos, mas são muito afetadas pela escassez deles. Ademais, as mulheres lidam com a água diariamente ao longo de gerações. Também, representam metade da população mundial, e o desenvolvimento sustentável não pode acontecer sem a contribuição de parcela tão significativa da população. Essa pesquisa teve como objetivo identificar a percepção dos gestores da água no município de Ouro Preto/MG quanto à participação das mulheres na gestão. Buscou-se atingir esse objetivo por meio da aplicação de questionários, entrevista semiestruturada e observações nas reuniões dos Órgãos e Conselhos participantes da pesquisa. Foi observada uma maior presença masculina nos cargos gerencias e operacionais dos Órgãos e nos Conselhos Gestores. Apesar de estarem em menor número, as mulheres assumem um posicionamento ativo. Os entrevistados relatam observar uma maior presença de homens nas reuniões, sendo necessárias medidas que incentivem a participação das mulheres. Ainda, foram relatadas diferenças de funções conforme o sexo no ambiente de trabalho. De acordo com a percepção dos conselheiros e trabalhadores, a participação popular, em geral, nos Órgãos e Conselhos, é pouco expressiva. Há a necessidade de cursos de capacitação para garantir uma maior equidade de forças dentro do debate ambiental sobre o assunto, permitindo debates mais equânimes.
Although there is an expressive number of legal norms in order to combat gender inequality in all sectors, inequalities persist, which also occurs in water management. In order to fill this gap, the participation of women in councils and decision-making in relation to water resources is one of the main ways of guaranteeing access to water in a more equal way. Their participation also enables empowerment, providing them with greater possibility of exercising power and citizenship in the public space, as well as greater legitimacy of legal rules and greater effectiveness of public policies. In this work, the case study was carried out with counselors and workers working in water management in Ouro Preto/MG. Data were collected through interviews and analyzed. Data analysis pointed to the need to increase the participation of women in organizations and councils, both in number and in the occupation of positions responsible by decision-making. The struggle to overcome differences is not an exclusive struggle from women, but also from men, co-authors and builders of social transformations.
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