Resumo: O artigo aborda as relações de aproximação e distanciamento entre a teoria queer e a Psicanálise, na cena contemporânea. Reconhece o valor da teoria queer para os debates sobre as transformações da sexualidade e das performances de gênero na atualidade e, por outro lado, aponta como a Psicanálise -bem diferentemente do que é proposto por pensadores queer -contribui para este campo, especialmente a partir das elaborações de Jacques Lacan sobre a sexuação.Palavras-chave: psicanálise; sexuação; teoria queer.Abstract: Sexuality labyrinths: convergences and dissonances between psychoanalysis and queer theory today. This article deals with the relationship of approach and distance between queer theory and psychoanalysis, in the contemporary scene. It recognizes the value of the queer theory to the discussions about the transformation of sexuality and gender performances nowadays and, on the other hand, point out as psychoanalysis -very different to what is proposed by queer thinkers -contributes to this field, especially from Jacques Lacan´s elaborations about sexuation. ste artigo tem como objetivo analisar uma possível relação entre a genialidade e a neurose obsessiva. Escolhemos Gustav Mahler (1860Mahler ( -1911, o compositor, não só pelo seu célebre encontro com Freud, mas devido a um duplo interesse. De um lado, está a importância que a psicanálise dá à arte e às produções do espírito de maneira geral e, de outro, o fato de que este texto foi produzido como parte de um projeto de pesquisa maior, cujo objetivo era o de analisar e descrever o discurso psicanalítico sobre a neurose obsessiva depois de Freud. Isto é, uma historicização do pensamento psicanalítico, através do aporte a seus objetos. Afinal, foi com a neurose obsessiva, além da histeria, que Freud e Breuer fizeram nascer a psicanálise. DO TERRITÓRIO DO GÊNERO À PAISAGEM QUEERA sexualidade é um campo que sempre desperta um misto de fascinação e nebulosidade. Como bem o demonstra Michel Foucault, na série de estudos consagrados à história da sexualidade (FOUCAULT, 1984(FOUCAULT, , 1985(FOUCAULT, , 1988, não é surpreendente que ela continue sendo um dos aspectos de nossas vidas mais atravessado pela regulação bem como pelo desconhecimento. Isto se impõe à nossa contemporaneidade, apesar da aparente autonomia do tema e liberalidade dos comportamentos a ele associados nos tempos atuais (LOURO, 2001, p. 541).Mantidas as devidas proporções, a sexualidade corriqueiramente tende a se apresentar nas práticas sociais e culturais de nosso cotidiano tal qual o tempo, outrora, inquietantemente se apresentava a Santo Agostinho: "O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me pergunta, eu o sei; mas se me perguntam, e quero explicar, não sei mais nada" (AGOSTINHO, 1964, cap. XI, p. 14-17). Incógnita em boa medida e ubíqua, ela não deixa de nos interpelar, comportando um misto de voz e silêncio, de luz e sombra. Ao buscar apreendê-la, tal qual Santo Agostinho assim o fez quanto ao tempo, damo-nos conta de que há algo nela que nos escapa: um contínuo perto-lon...
O conjunto de argumentos reunidos neste livro, ao materializar inquietudes e perspectivas distintas, pode nos autorizar a afirmar que no cenário contemporâneo (onde a Ciência, o Capital e o Espetáculo midiático e virtual são síncronos) somos tensionados por um vetor constante: a malograda, mas ainda assim persistente, expectativa de intervenção, contorno e desvencilhamento do mal-estar.Este vetor, tal qual um imperativo categórico -portanto, mandamento superegóico que não se flexibiliza -está plasmado em um difundido espectro que vai desde a medicalização ampla e irrestrita (engolfando, em boa medida, crianças) até a catalogação do corolário deste mal-estar, ou seja, a superfície cintilante do sintoma, o recorrente olhar de Medusa que o sintoma impõe ao laço social. Nesta atração e petrificação do olhar temos aqui aquilo que, do sintoma, é passível de ser esquadrinhado, ordenado, categorizado e, portanto, transmutado, tal qual um objeto de consumo, em traço identificatório e atributo fálico: "tenho TAB, sou bipolar, tenho depressão, tenho TAG, sou autista, tenho um filho TDAH, sofro de TEPT, etc." são reverberações rotineiramente imiscuídas em meio ao laço social. SOBRE OS AUTORESAlexandre Simões: Psicanalista. Graduado em Psicologia pela UFMG, com Mestrado e Doutorado por esta mesma Universidade, na linha de pesquisa Filosofia e Teoria Psicanalítica. Professor universitário (UNA e UEMG). Funda-
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