Conhecida no vocabulário popular como abelha-cachorro, irapuã, aripuá ou arapuá, a Trigona spinipes (FABRICIUS, 1793) é uma abelha meliponídea que constrói suas colmeias em árvores e cupinzeiros abandonados. Seu nome vem do Tupi Guarani, yra = mel + puã = redondo, Arapuã: abelha redonda, que significa abelha que faz casa de terra, arredondada. Alguns autores a descrevem como praga agrícola por possuir o costume de cortar os botões florais de certas plantas. Porém, outros a reconhecem e descrevem como polinizadora, podendo até ser utilizada na polinização comercial. A Caatinga apresenta aproximadamente 94 espécies de abelhas nativas, distribuídas em 77 gêneros; um baixo valor de espécies por gênero e uma riqueza relativamente pobre em comparação aos outros ecossistemas brasileiros, mas se por um lado ela possui uma baixa diversidade alfa, por outro possui uma alta diversidade beta, isto é, possui um grande percentual de endemismo e predominância em espécies raras, entre 62 e 67%. O gênero Trigona possui uma distribuição ampla, que vai desde a América Central, passando pelo México, Floresta Amazônica, Floresta Atlântica, Cerrado brasileiro, serras e planaltos do Sudeste brasileiro e marginalmente pelo Sul da América do Sul, em regiões temperadas e subtropicais, incluindo áreas desertas da Argentina e Chaco. No Brasil, a Trigona spinipes ocorre nos estados da Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O trabalho objetivou analisar a difícil convivência da abelha nativa Arapuá e as famílias de agricultores rurais no município de Serra Talhada, do Pajeú Pernambucano.