No artigo são discutidos conceitos de autorrepresentação e identidade e as relações entre o autorretrato e a autobiografia. A discussão é feita por meio de uma análise comparativa entre o livro Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, e os autorretratos de Frida Kahlo.
A análise da representação dos tradutores em textos ficcionais é uma vertente dos Estudos de Tradução que merece atenção, não só pela curiosidade que desperta em saber como os autores tornam os tradutores visíveis em seus livros, mas também, porque o número de publicações nas quais o tradutor é personagem tem aumentado nos últimos anos. Pesquisas recentes demonstram que as representações ficcionais do tradutor podem ser divididas em quatro grandes grupos: textos de ficção científica, narrativas policiais, romances políticos e romances psicológicos. As análises acerca de cada categoria nos levam a crer que o universo literário pode suscitar inúmeras reflexões sobre o tradutor e seu ofício e promover discussões válidas e interessantes sobre a Teoria da Tradução. A identidade do tradutor, a ética na tradução, o papel político e social deste profissional, a relação entre fidelidade e traição, o futuro da profissão entre outras questões podem ser analisadas tendo por base o texto literário. Palavras-chave: Tradutor, literatura, teoria da tradução.
A impressão de que o tempo flui no meio da noite é constante ao lermos O som e a fúria de William Faulkner, principalmente nos dois primeiros capítulos. O primeiro apresenta o ponto de vista de um deficiente mental, Benjy Compson, o qual não tem noção de tempo e narra passado e presente simultaneamente, o que leva o leitor a se sentir no escuro. O segundo apresenta a narrativa do ponto de vista de Quentin Compson, personagem que vive na escuridão do passado em um pessimismo que beira o niilismo. Com base nos conceitos de simultaneidade do filósofo Henri Bergson e de niilismo de Friedrich Nietzsche, discutiremos a questão do tempo para Faulkner.
um viajante numa noite de inverno, é composto de uma série de narrativas interligadas pela estrutura de um romance policial, no qual os protagonistas, o Leitor e a Leitora, precisam desvendar o enigma dos romances inacabados e dos manuscritos roubados. No cerne da trama encontra-se o personagem tradutor Ermes Marana, o qual serve não só como recurso narrativo para aumentar o grau de desconfiança do leitor como também o leva a questionar o papel do autor e do tradutor dentro do universo literário. Italo Calvino, por meio do personagem tradutor, ironiza a idealização do autor como criador absoluto do texto literário e repensa os clichês comumente associados à profissão de tradutor.
Uma das discussões teóricas nos Estudos de Tradução diz respeito à visibilidade/invisibilidade do tradutor e à fidelidade ao texto-fonte. Acreditamos que o tradutor está sempre visível no texto por suas diversas escolhas e que a discussão sobre a visibilidade deveria extrapolar os limites textuais, tendo em vista que a questão refere-se a aspectos sociais que legitimam ou não o trabalho do autor e do tradutor, ou o poder simbólico dado a cada um deles na sociedade.
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