Este artigo aborda a presença indígena, majoritariamente da etnia Terena, na área urbana de Campo Grande/MS, perpassa seu processo de migração e aprofunda-se nos principais signos existentes nas Aldeias Urbanas (AUs) deste município. Objetivou-se analisar as condições de vida, as habitações e demandas dessas AUs como forma de caracterizar a presença do indígena no espaço ur bano e contribuir cientificamente com a temática. Assim, foram avaliadas seis aldeias conforme sua realidade de criação (contexto histórico e implantação urbana) e atual estado de conservação (tipo de moradias e necessidades da comunidade). Logo, identificou-se que a migração dos indígenas se dá principalmente pela busca de qualidade de vida e oportunidades, além da efetivação e criação de políticas públicas que os contemple, já que o cenário atual é de precariedade e exclusão físico-social, dissonante com a cultura desse povo.
O presente artigo visa evidenciar algumas das disputas travadas entre as trabalhadoras de rua, em sua maioria mulheres negras, e o poder público – municipal - no cotidiano da cidade de Salvador, revelando cidades em disputas, a partir das práticas desses diferentes agentes. Esta discussão ancora-se na pesquisa desenvolvida na dissertação de mestrado, articulando empiria e teoria, por meio da pesquisa de campo realizada na área do centro de Salvador. A ocupação das ruas e demais espaços públicos, bem como a permanência das trabalhadoras de rua nesses espaços, é uma das razões para ação da prefeitura, que age em muitos casos com tratamentos violentos, vindos do “rapa” a partir de fiscalizações e apreensões de produtos. Soma-se a isso, as intervenções e projetos urbanísticos, reforçando as disputas entre esses agentes, sendo que, para as trabalhadoras, é motivo de ameaça, medo da perda do ponto de trabalho, e da permanência nas ruas do centro. Por fim, entende-se que as ações praticadas pela prefeitura, seja através da fiscalização e/ou intervenção, carrega consigo interesses econômicos, envolvendo acordos com a iniciativa privada, agindo por meio de uma política “anti-negritude” e “despossessoria”. Com o discurso de ordenamento, remove e realoca as trabalhadoras de seus territórios, evidenciando um centro em disputa.
Este artigo é resultado de inquietações elaboradas coletivamente no grupo de estudos Margear (UFBA). Ele objetiva evidenciar e refletir sobre modos de pensar, pesquisar e narrar cidades de uma perspectiva interseccional. Tomando partido de fragmentos produzidos em nossas pesquisas, destacamos experimentações teórico-metodológicas que praticamos, assim como estratégias para pensar e narrar por meio de linguagens que não apenas a escrita. Nos processos de pesquisa, as principais reflexões que nos movimentaram foram: produção de conhecimento desde e com as margens; valorização da memória; trajetórias urbanas de mulheres negras; imbricações de modos de vida no fazer-cidade cotidiano. As trocas inter e transdisciplinares têm nos fornecido considerações fecundas, mas reforçamos que o campo dos estudos urbanos ainda carece da construção de um arcabouço teórico que o aproxime de alargamentos epistêmicos necessários à sua atualização.
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