INTRODUÇÃO: A ruptura epistemológica da Educação Física dos anos 1980 em diante, ao colocar em xeque a identidade teórico-metodológica da área, abriu um clarão naquilo que até então havia se constituído como princípios da formação docente. Os pressupostos do ensinar e do ensinar a ensinar foram impactados pelos determinantes político-econômicos e histórico-culturais que incluíram as reformas educacionais na lógica de flexibilização produtiva. OBJETIVOS: Parte-se da análise macro dessa conjuntura para uma compreensão de como as disputas ideológicas e político-econômicas pela definição dos marcos legais da formação em Educação Física desdobram-se nos Projetos Pedagógicos de Cursos da Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia do Estado de Goiás. MÉTODOS: A metodologia que se mostrou mais efetiva foi a articulação de pesquisa documental de cunho exploratório-descritivo e estudo de caso com análise qualitativa a partir de entrevistas semiestruturadas. RESULTADOS: Foram identificados, entre os anos 1994 e 2021, seis momentos distintos de reforma curricular, dentre os quais quatro chamam atenção. Um primeiro momento foi de afirmação da formação única e organizada a partir do movimento renovador da Educação Física; um segundo, de formação ampliada, como esforço de resistir aos determinantes da cisão licenciatura ou bacharelado; um terceiro, de ruptura radical da formação, bacharelado ou licenciatura; e um quarto, de integração dos cursos em uma matriz unificada. CONCLUSÕES: O todo desse movimento reflete-se na Organização do Trabalho Pedagógico da instituição. A relação docente/discente/conhecimento foi impactada pelas tensões e disputas inerentes à organização de um projeto pedagógico de curso. Além das implicações negativas para a sedimentação do senso de comunidade acadêmica, a reestruturação continuada institui um ruído constante no diálogo interno da instituição, o que, em certo sentido, representa entrave no esforço de articular, em um bloco coeso (componente curricular), os pressupostos do projeto de curso, do ementário e da matriz curricular.
A ótica gramsciana indaga como uma determinada concepção de mundo se converte em hegemonia. Sua suspeita é de que as revoluções burguesas criaram as condições para o surgimento de uma nova matriz produtiva, ao mesmo tempo em que inauguraram um poderoso sistema de educação que se desenvolve pela constante reforma das organizações culturais modernas. O presente estudo busca compreender, diante dessa tese, o lugar da Educação Física no atual momento de contrarreforma do Ensino Médio brasileiro, para tanto examina a participação do esporte em sua versão performance na educação do sujeito coletivo moderno, bem como a resistência, por meio da crítica radical, a esse procedimento racional. Orienta-se pelo Materialismo Histórico Dialético, com tipologia compreensiva e bibliográfica.
As reformas e contrarreformas da educação básica na passagem do século XX para o XXI explicam em muito o circuito histórico de “metamorfoseamento da sociedade civil” brasileira. O objetivo deste artigo é compreender como o movimento de inovação do Ensino Médio, processado ao longo desse contexto sócio-histórico, reflete tal fenômeno. É essa compreensão que permite a tese do curto-circuito no “consenso passivo”, objeto da presente investigação. O estudo bibliográfico-documental evidencia que a ruptura com as Diretrizes do Ensino Médio de 1998 e 2011, junto ao expresso na elaboração da Base Nacional Comum Curricular, da Medida Provisória nº 746/2016 e da Lei nº 13.415/2017, anuncia a exaustão da fórmula “revolução-restauração” e o sentido da renovação da hegemonia burguesa no Brasil.
Este estudo coloca em questão o processo de instituição de um efetivo diálogo interdisciplinar entre os cursos de formação de professores e as instituições de educação básica parceiras nos projetos de Estágios Curriculares Supervisionados. Por meio da análise do movimento histórico dos mecanismos legais que instituem a obrigatoriedade da organização de Estágios Curriculares Supervisionados em escolas da comunidade, intenta-se mostrar os desafios para a construção dessa interlocução. Estrutura-se a partir dos três momentos constituintes da Pesquisa-ação: tematização: momento de exposição do referencial teórico; investigação: momento especulativo ou de experimentação do plano de trabalho e síntese dialógica da ação: momento demonstrativo do resultado da investigação.
A vontade de um pós-conflito ideológico, não mais modulado por divergências entre capital e trabalho, mas pela auto-regulação, pela equidade e pela conversão da educação formal em indicador de desenvolvimento, foi o espectro da primeira década e meia do século XX. Todavia, no fechamento desse primeiro circuito, os determinantes político-econômicos e sociais começam a apontar para outro entendimento. Esse é o objeto de estudo desse trabalho. Desenvolvê-lo, por meio de uma revisão bibliográfica, do tipo análise histórico-cultural é o propósito da discussão que se apresenta a seguir. O estudo permite concluir que o atual momento de reestruturação capitalista aponta para um contrarreforma de classe que exige dos movimentos populares uma articulação em torno de uma ação de partido.
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