Este trabalho está inserido no debate sobre a utilização da experimentação construtiva ao longo da concepção projetual e seu o papel como recurso pedagógico. Trata, mais especificamente, dos espaços e práticas experimentais no contexto acadêmico nacional, objetivando compreender o processo de configuração dos espaços da área técnicoconstrutiva instituídos nas escolas públicas de Arquitetura e Urbanismo, de acordo com as particularidades advindas de diferentes contextos do País, das políticas educacionais e das ações dos atores envolvidos, com a identificação das condições essenciais para que essas práticas sejam implantadas e potencializadas no contexto acadêmico. O trabalho foi desenvolvido com base em pesquisas documentais e por meio de visitas técnicas realizadas em 21 escolas públicas de Arquitetura localizadas em diferentes regiões do País, com entrevistas direcionadas aos principais atores que, atualmente, estão à frente da área estudada. Os dados obtidos possibilitaram contextualizar os desafios enfrentados no ensino da Tecnologia da Construção, que não se resumem ao arranjo físico laboratorial, mas a uma dimensão mais ampla, abrangendo aspectos político-educacionais, estruturais e socioeconômicos, além de questões de fundo, como as relações interpessoais e burocráticas.
Diante do crescente debate sobre o equilíbrio entre a proteção ambiental e o desenvolvimento tecnológico, o material madeira tem ocupado um espaço cada vez maior nas pesquisas e aplicações em diferentes setores da construção civil por incorporar estes novos conceitos. Em contrapartida, trata-se de um material pouco estudado nas escolas nacionais de arquitetura, havendo um descompasso entre a demanda da construção civil e a formação de quadros profissionais qualificados. O presente trabalho tem como principal objetivo ampliar os estudos sobre a madeira a partir da análise de diferentes experiências de ensino desenvolvidas no contexto nacional e internacional, identificando contrapontos importantes relacionados às ferramentas didáticas e processos de aprendizagem que extrapolam as disciplinas curriculares, como os concursos de arquitetura. Estas informações são discutidas de forma entrelaçada a experiências documentadas durante o ensino remoto. Os dados da pesquisa permitiram identificar os principais desafios enfrentados no ensino brasileiro como a pouca oferta de recursos humanos e técnicos envolvidos no processo de formação, assim como, a importância dos concursos de arquitetura como oportunidade de aprendizagem complementar e de mobilização e impulsionamento tecnológico de diferentes setores ligados às construções em madeira.
Resumo O presente artigo investiga as principais discussões e ações realizadas ao longo da criação dos cursos de Arquitetura e Urbanismo no Brasil, conduzidas por Instituições de Ensino e por Entidades Governamentais e Associativas envolvidas com a questão educacional, com especial atenção à análise das estratégias e proposições direcionadas às práticas experimentais e melhoria do ensino da Tecnologia da Construção. Esta pesquisa foi desenvolvida a partir da triangulação de dados obtidos em diferentes fontes bibliográficas e documentais e pela análise de 21 Projetos Pedagógicos de escolas públicas de Arquitetura e Urbanismo implantadas em diferentes períodos históricos e em distintas regiões do país, além de entrevistas e visitas técnicas. Os resultados possibilitaram compreender as diferentes variáveis que influenciaram na atual estruturação da área da Tecnologia da Construção, algo que não se resume ao plano teórico dos Projetos Pedagógicos de curso, mas a uma dimensão mais ampla, como os aspectos político-educacionais, estruturais e socioeconômicos.
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