A miocardiopatia hipertrófica (MH) caracteriza-se por apresentar hipertrofia simétrica ou assimétrica do miocárdio ventricular, geralmente com predomínio no septo interventricular (SIV), com ou sem obstrução dinâmica de via de saída [1][2][3] . A cavidade ventricular costuma ser de tamanho normal ou reduzida e apresenta disfunção diastólica resultante, principalmente, de déficit do relaxamento ventricular, mas também devido ao aumento da rigidez intrínseca da parede e da redução da câmara ventricular 4,5 . A função contrátil costuma ser normal ou hiperdinâmica. A MH pode se apresentar desde uma forma assintomática até situações de insuficiência cardí-aca avançada ou de morte súbita, muitas vezes, sem nenhuma sintomatologia prévia, tornando o seu diagnóstico precoce difícil, porém, imprescindível em alguns casos 6 . A ecocardiografia é o exame mais empregado atualmente na avaliação da MH. Tem sido empregada tanto na investigação de casos suspeitos quanto para screening de parentes de pacientes com a doença. Através da ecocardiografia é possível avaliar os aspectos morfológicos, funcionais e hemodinâmicos da MH 7 . A participação do ecocardiograma no estudo das miocardiopatias (MC) é cada vez mais decisiva em sua caracterização e no esclarecimento dos mecanismos fisiopatológicos envolvidos, com importantes implicações terapêuticas e prognósticas sendo, atualmente, o método de maior aplicabilidade nas várias formas de MC. Apesar do ecocardiograma ter alta sensibilidade para detectar a MC, tal constatação não é, em muitos casos, específica para este diagnóstico. Na prática, o diagnóstico de MC é realizado após a exclusão de todas as demais doenças cardiovasculares, que podem provocar dano miocárdico secundário, contudo, deve ser lembrado que essas doenças podem coexistir com uma MC. Aspectos ecocardiográficosCritérios diagnósticos -O achado ecocardiográfico característico na MH é a hipertrofia do ventrículo esquerdo (VE), porém, há uma grande variabilidade no seu grau e padrão. A maioria dos pacientes (90%) apresenta a forma assimétrica clássica com predomínio no SIV 8 (tab. I). As demais paredes do VE costumam apresentar graus variáveis de hipertrofia, exceto a parede posterior (PP) que costuma ter espessura normal 9 . Nesta forma, o SIV geralmente apresenta uma espessura >15mm (normal <10-11mm) e a relação SIV/PP é >1,3, fato pelo qual a MH é, algumas vezes, indevidamente chamada de hipertrofia septal assimétrica (HSA) 10,11 . Mesmo porções contíguas do VE podem apresentar diferentes espessuras e a transição entre elas é, freqüen-temente, abrupta. Dessa forma, em adultos, o diagnóstico de MH pode ser feito a partir da espessura da parede do VE, quando esta for >13mm 12 . Espessura de parede entre 11 e 13mm com ou sem relação SIV/PP >1,3 e sem causa aparente pode corresponder à forma incipiente de MH, particularmente, quando há disfunção diastólica associada 13,14 . Recentemente, observaram-se achados anatomopatológicos de MH em pacientes ainda sem hipertrofia (forma pré-hipertrófica) 15 . Distribuição da hipertro...
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