A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) é uma doença sistêmica cujos sintomas principais são o ronco e a sonolência diurna. Um estreitamento da faringe que ocorre durante o sono, decorrente principalmente do relaxamento da musculatura que a envolve e de alterações anatômicas locais, acarreta em um aumento de resistência à passagem do ar. Isso leva a uma vibração dos tecidos moles da região, caracteristicamente chamada ronco. À custa do esforço respiratório do paciente, o ar continua a fluir pela região estreitada até que a crescente pressão negativa intra-torácica leve ao colabamento das partes moles do faringe e fechamento da via aérea superior 5,7 . A essa parada respiratória dá-se o nome de apnéia obstrutiva do sono (AOS). Contudo, nem sempre a oclusão da via aérea é total, permitindo reduzida passagem de ar pelas estruturas, o que ocasiona uma hipopnéia obstrutiva. Quando mais de cinco eventos respiratórios ocorrem em uma hora de sono, o diagnósti-co de SAOS fica estabelecido 7 . Como as apnéias e hipopnéias são secundárias ao relaxamento muscular que ocorre com o início do sono, a forma encontrada pelo organismo para dar fim ao esforço respiratório é despertar o indivíduo. Dessa forma, o tônus muscular retorna e o fluxo aéreo é restabelecido. No entanto, quando tais eventos se repetem muitas vezes durante o sono, a qualidade deste é prejudicada em razão da intensa fragmentação e, conseqüentemente, no dia seguinte o paciente se sente cansado e sonolento.A ativação autonômica exacerbada é marcante nos pacientes apnéicos, pois aos freqüentes despertares noturnos, que lançam na corrente sanguí-nea diversas catecolaminas, associam-se a hipoxemia e o próprio esforço muscular respiratório 2 . Assim, órgãos nobres, como o coração e o cérebro, tornam-se os principais alvos dos efeitos deletérios dessa doença. Portanto, caso não haja adequado tratamento, eleva-se o risco de se desenvolverem doenças cardiovasculares como arritmias, infarto do miocárdio e cerebral e, principalmente, a hipertensão arterial sistêmica, cuja relação com os transtornos respiratórios do sono (TRS) já está muito bem estabelecida 5,10 . Tais doenças não ocorrem da noite para o dia no paciente portador de SAOS, por isso o tratamento precoce dos TRS torna-se muito importante, pois sabe-se que, se não tratadas, tendem a se agravar com o tempo.Para o diagnóstico dessa síndrome faz-se indispensável a realização da polissonografia, que é o exame padrão-ouro para o diagnóstico e acompanhamento das doenças relacionadas ao sono 7,9 . No caso dos TRS, a polissonografia é ainda mais importante, pois a determinação do tratamento adequado depende, principalmente, da gravidade da SAOS 7,9 . * Pneumologista do Hospital do Coração do Brasil, Brasília-DF. Professora Substituta da Universidade de Brasília (UnB)-DF. ** Neurologista, Doutor em Ciências Médicas pela UnB. Professor Adjunto da Universidade de Brasília-DF.
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