O artigo discute um objeto de pesquisa sobre processos de identificação, subjetivação de indígenas Xavante, em Barra do Garças-MT. Sob pressupostos da Análise de Discurso de base Materialista, o corpus heterogêneo mostra que o sujeito não índio significa, delimitando o seu espaço e o do indígena, marcando-se a diferença, o preconceito, a invisibilidade, a negação, a brasilidade, a cidadania... Contudo, na subjetivação se instaura a resistência, pois o Xavante interpela a cidade que o interpela.
Tomando o discurso como uma rede, puxo fios para desenvolver algumas reflexões acerca do modo como a pesquisa para a compreensão da língua, da história e os seus efeitos na escrita/sobre uma escrita específica é fundamental no processo de subjetivação da mulher indígena, na materialidade dos textos que produz, considerando as particularidades étnicas. O objetivo amplo do artigo é analisar escritas de Eliana Potiguara, principalmente, sequências discursivas do livro: Metade cara, metade máscara (2004) e a relação que ela estabelece com a língua escrita alfabética como prática de denúncia, de resistência, à revelia dos processos de naturalização, oficialização, convenção linguísticas e interdição da língua própria.
Este texto me abre espaço para registrar a importância do meu encontro com a obra Terra a Vista, a Análise de Discurso e a professora/autora. Aprendi que o espaço de enunciação é um espaço político de funcionamento e a posição em que enuncio é determinante na minha constituição subjetiva, assim, nesta escrita, a enunciação se constitui a partir do encontro anunciado que se transformou em afeto e em torno de um objetivo: homenagear a prof.ª Eni Orlandi, no sentido de demarcar, o aniversário de 30 anos de publicação do seu livro “Terra à Vista – discurso do confronto: velho e novo mundo”. A leitura desse livro, além de provocar a minha mudança de olhar para os povos originários do Brasil serviu/serve de fundamentos para os estudos que venho desenvolvendo com povos indígenas de algumas etnias, em específico, os Xavante, com quem trabalhei na tese de doutorado. Este texto é atravessado pela memória discursiva e me interpela, pois o modo como esse acontecimento significa em mim se desdobra no movimento de formulações que o constituem.
Sob a perspectiva teórica da Análise de Discurso de base materialista, procuro compreender os materiais significantes recortados para análise, dentre eles algumas imagens, que concebo como discurso. O objetivo é mostrar a partir das análises, mais uma vez, o modo revolucionário de leitura proporcionado pela teoria, já que esta supera a transparência da linguagem e, além disso, atravessa a estrutura linguística, pois considera outras materialidades significantes: a imagem, a cidade, por exemplo, sobre o que imprimo o olhar, trazendo para o presente, uma memória indígena Xavante na cidade de Barra do Garças (MT), que se inscreve nesses materiais.
Este texto tem o objetivo de imprimir um gesto de afeto, de agradecimento e de homenagem que significam a inscrição de D. Pedro Casaldáliga em mim, assim é, também, um texto sobre mim e, por isso, embora eu busque alguns autores para contribuir nas reflexões, escrevo em primeira pessoa. A memória discursiva possui um laço estreito com a subjetivação e, de certa forma, contribui para explicar o porquê de eu escrever sobre essa relação que me constitui e me faz ser quem sou. Valho-me da liberdade de tipos e gêneros textuais permitida pela escrita e do conhecimento produzido, em especial, por pesquisadores da Análise de Discurso de linhagem francesa (PECHÊUX, 1997, 1999) ampliada no Brasil (ORLANDI, 1996, 2007), para a minha compreensão do acontecimento do Outro em mim.
Este trabalho objetiva encontrar as constituições discursivas sobre a imagem da mulher em textos escolares. Em aulas de Língua Portuguesa, ministradas por uma bolsista do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), foi proposto aos estudantes das três séries do Ensino Médio a produção de um texto sobre o tema “O que é mulher?”. Com o intuito de identificar as constituições discursivas sobre a imagem da mulher nestes textos, serão analisados sob a luz da teoria da Análise de Discurso de linha francesa, idealizada por Michel Pêcheux, e difundida no Brasil principalmente por Eni Pulcinelli Orlandi. Com base nos recortes textuais dos textos produzidos serão destacadas quais imagens de mulher foram mais recorrentes, além de relacioná-las às formações ideológicas presentes na constituição discursiva do sujeito, enfatizando as condições de produção capazes de interpelá-lo.
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