O objetivo do trabalho foi analisar o teor de mercúrio em peixes comercializados em Minas Gerais, coletados pelo Programa de Monitoramento de Alimentos da Vigilância Sanitária de Minas Gerais - PROGVISA, e verificar com base nesses valores o risco do consumo de peixes. Foi analisado o teor de mercúrio total em 80 amostras de peixes coletadas de forma aleatória no mercado de Minas Gerais. As análises foram feitas por espectrofotometria de absorção atômica após amalgamação em ouro. A partir desses valores foi estimada a ingestão de metilmercúrio em Minas Gerais e esta estimativa foi comparada com parâmetros toxicológicos de referência. Dentre as amostras, 38,8% eram de peixes não predadores e 61,2% eram de peixes predadores. Os resultados indicaram que os teores de mercúrio encontrados na maioria das amostras de peixes de Minas Gerais foram inferiores aos limites máximos permitidos pela legislação brasileira. Somente 8,2% das amostras de peixes predadores apresentaram resultados insatisfatórios (teores >1,0 mg/kg), sendo somente o peixe cação. Em geral, peixes não predadores e peixes usualmente de aquicultura, como tilápia, panga e salmão, apresentaram teores de mercúrio baixos. A ingestão de mercúrio estimada para a população de Minas Gerais foi considerada aceitável, sem risco apreciável à saúde. O consumo de peixes seguindo a recomendação de duas a três porções semanais, desde que não se inclua peixes do topo da cadeia alimentar, parece ser seguro. Os resultados indicam que teores de mercúrio abaixo dos limites estabelecidos pela legislação brasileira são importantes para garantir ingestões desse contaminante em níveis seguros.
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