Dois projetos de otimização, promovidos globalmente, visam responder aos desafios da vida urbana na contemporaneidade. O primeiro é o das Cidades Inteligentes, estruturadas a partir de um aparato tecnológico e informacional que passa a mediar a gestão da cidade, seu consumo e eficiência. O segundo é o das Cidades Amigas do Idoso, estruturadas a partir de ambientes que visam capacitar o crescente contingente idoso para o envelhecimento ativo na cidade. Moldados em um sistema neoliberal, ambos os projetos se apresentam como instâncias emancipadoras do cidadão para o exercício de uma cidadania participativa. Este artigo propõe que as cidades inteligentes demandem novas competências para o envelhecimento ativo na cidade, resultando em desafios para as cidades amigas do idoso no que toca à exclusão e literacia digital. Situando essa discussão no contexto brasileiro, propomos que para os idosos nem um projeto nem outro se realiza integralmente. Entretanto, a partir de uma perspectiva etnográfica, mapeamos como um grupo de idosos de São Paulo constrói uma rede informacional própria, centrada no WhatsApp, que viabiliza instâncias participativas e de pertencimento a partir de uma perspectiva “de baixo”. É nesse descompasso entre projeto e experiência urbanos que apontamos para a emergência de uma cidade acidental, informal, mas inteligente e amiga do idoso.
Abordamos as transformações dos ordenamentos do consumo a partir das mudanças ocorridas na passagem da cidade moderna para a pós-moderna. Temos como objetivo problematizar as inter-relações comunicação, consumo e cidade, à luz da noção de biopolítica, buscando evidenciar como emergem os modos de vida em cada um dos referidos momentos sócio-históricos. Para tanto, analisamos, a partir das representações teóricas do flâneur, do transeunte e do cidadão conectado global, os modos de vida e a constituição dos sujeitos. Essas reflexões permitem observar o engendramento das lógicas do capitalismo nos ordenamentos da vida, sobretudo na produção de subjetividades implicadas nas transformações da cidade.
Neste artigo, abordamos as formas contemporâneas de habitar, empreendidas pelo mercado imobiliário, considerando as relações de poder da/na cidade em sociedades neoliberais. Temos como objetivo problematizar as formas de habitar que emergem na comunicação midiática digital de duas empresas do setor imobiliário, Vitacon e Housi. Ancorados nas reflexões sobre bios midiático e inspirados pela abordagem teórico-metodológica da cartografia foucaultiana, analisamos o corpus, buscando os modos de sociabilidade e de consumo que emergem na cidade no início do século XXI.
Dialogando com reflxão de Canclini na quarentena da Cidade do México em 2009 pela epidemia de H1N1, nosso artigo aborda as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro para discutir desdobramentos da pandemia da Covid-19. O agravamento da crise denuncia e expõe as flgrantes desigualdades sociais fomentadas pelo modelo de gestão dos espaços urbanos que associa o político ao econômico, favorecendo a concentração de renda e limitando o acesso a recursos de toda ordem. Comunicação, vigilância, sociabilidade e cidadania são os eixos temáticos da discussão apresentada. Ao fial, argumentamos sobre a urgência em constituirmos um revigorado horizonte comum de debate e ação coletiva unindo o político ao social.
O interesse pela cidade não é novo. Diferentes campos do saber aportam luz sobre algum aspecto de sua complexa e dinâmica natureza. Neste artigo, abordamos a cidade a partir dos estudos de comunicação e consumo, especialmente às dinâmicas socioculturais vinculadas à experiência estética. Para tanto, tomamos como objeto os discursos acerca das ‘cidades privadas’ e buscamos refletir sobre essa nova racionalidade do espaço urbano a partir do conceito de topos (lugar). Assim, nosso percurso desagua nos estudos de Rancière (estética) e Foucault (heterotopias), que colocam em relação sujeito/objeto e palavras/coisas, aspectos próprios da ação política manifestos nos discursos sobre ‘cidades privadas’.
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