Resumo da tese: O estudo vinculado à linha de pesquisa de Políticas de Educação Básica e Superior e ao grupo de pesquisa Observatório de Políticas Educacionais do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Vale do Itajaí tem por objeto de estudo a criação de jogos digitais por crianças. O problema consistiu em definir um framework de desenvolvimento de jogos digitais que faculte a atuação criadora de crianças com e sem deficiências no contexto da escola inclusiva. A tese defendida foi que um processo metodológico colaborativo e mediado propicia a atuação criadora de crianças com e sem deficiências no desenvolvimento de jogos digitais. A tese se sustenta no entendimento de que o processo mediado – por instrumentos, signos e pessoas com diferentes níveis de experiências – e pautado na colaboração possibilita que as crianças passem de usuárias a criadoras de jogos, porque envolvidas em atividades intelectuais e afetivas de negociação, elaboração de hipóteses, desenvolvimento de ideias, análise de resultados e interação. O objetivo geral do estudo foi construir um processo metodológico mediado e colaborativo que faculte a atuação criadora de crianças com e sem deficiências no desenvolvimento de jogos digitais. Mais especificamente buscou-se: a) examinar as atividades, comportamentos e interação das crianças em experiências com jogos digitais e analógicos; b) avaliar as atividades de transposição de jogos digitais para analógicos e vice-versa; c) analisar a relação entre crianças, pesquisador e acadêmicos na mediação do processo de desenvolvimento de jogos digitais; d) identificar os avanços e dificuldades, processos e documentação com vistas a validação da metodologia proposta. Os referenciais teórico-metodológicos que ancoram a tese embasam-se nos pressupostos de abordagem histórico-cultural de Vygotski (1997, 2007, 2008, 2014), estreitamente relacionados a aprendizagem de alunos com deficiência intelectual e sua inclusão escolar: a coletividade, a colaboração, a experiência e a mediação simbólica. A partir de abordagem qualitativa de pesquisa, baseada no Design-Based Research (DBR) (WANG, HAFFANIN, 2005; BAUMGARTNER et al., 2003), buscou-se no processo metodológico assegurar profunda colaboração entre pesquisadores e participantes no alcance dos objetivos teóricos e práticos da pesquisa, resultando em mudanças educacionais práticas. Associada ao DBR utilizou-se a abordagem da análise narrativa que privilegia questões relacionadas às singularidades da experiência vivenciada e dos sujeitos que dela participaram (BAMBERG, 2012). Foram participantes da pesquisa quatro alunos com nove anos – dois meninos, sendo um deles diagnosticado com Autismo associado à deficiência intelectual, e duas meninas, uma com diagnóstico de deficiência intelectual – do 3º ano do ensino fundamental de uma escola da rede pública de ensino de Itajaí, Santa Catarina. Mediante oficinas semanais, com duração de uma a duas horas, durante seis meses, foram desenvolvidas atividades orientadas com as crianças, empregando técnicas de construção de jogos das áreas de design de jogos e da computação e técnicas pedagógicas que requeriam o compartilhamento de ideias e a colaboração. A coleta de dados se deu por meio de registros fotográficos, filmagens, formulários e observação participante nas oficinas propostas. Os artefatos produzidos foram analisados com vistas a validar o construto da criação de um jogo digital pelo método empregado, destacando-se aqui o jogo digital construído em colaboração entre as crianças e acadêmicos nominado “Brinquedos que criam vida”[1]. Como resultado foi definido o framework “Eu fiz meu game” para desenvolvimento de jogos digitais com e por crianças no contexto escolar (ALVES, 2017) que requer a participação ativa dos envolvidos - educadores, acadêmicos e crianças – por meio de atividades que englobam todas as etapas pedagógicas e de design para o desenvolvimento de um jogo digital. O processo é composto por quatro etapas: (i) Envolvimento, (ii) Experiência, (iii) Transposição e (iv) Criação de Jogos Digitais, e como ação transversal a mediação simbólica, que favorece o desenvolvimento cognitivo das crianças nas atividades propostas. O estudo evidenciou que a participação das crianças, notadamente as com deficiência intelectual, na construção de um jogo digital, e não somente em atividades de jogar, permitiram o desenvolvimento da imaginação e criatividade e consequentemente das funções psicológicas superiores, como habilidades de concentração, atenção, raciocínio, memória (auditiva, seletiva, sonora, visual), necessárias ao pensamento complexo, aliando os conceitos do design participativo às concepções de aprendizagem e desenvolvimento do campo da psicologia histórico-cultural desenvolvida por Vygotski. Palavras-chave: inclusão escolar; ensino fundamental; práticas inovadoras; jogos digitais.[1] Jogo disponível em https://univalildi.wixsite.com/univalildi/brinquedosquecriamvida
Policy on inclusion in education lacks methodological frameworks and technological resources to assist students with disabilities during their teaching-learning process. This paper proposes a strategy to join interdisciplinary areas, such as education, game design and computer science, to enable affordable educational digital games development with natural and universal interface design. We also present the intended results we expected to achieve by using this interdisciplinary approach such as an educational game development based on natural user interface using Microsoft Kinect as an interaction device.
Resumo: Este artigo examina o desenvolvimento da imaginação e da criatividade de crianças com e sem deficiência por meio do design de games. O estudo sustenta-se nas teorias de Vygotski relacionadas à elaboração conceitual, à imaginação e à criatividade na infância e nos estudos avançados em design de jogos com crianças. O Design-Based Research (DBR) foi adotado como abordagem metodológica, configurando pesquisa qualitativa e colaborativa de criação de jogos. Realizaram-se encontros semanais em uma escola da rede de ensino de Itajaí - SC, durante seis meses, os quais envolveram um grupo de quatro crianças de nove anos, dentre as quais duas com deficiência intelectual, pesquisadores e acadêmicos das áreas de computação, design e educação. Buscou-se demonstrar o potencial da abordagem coletiva, criativa e compartilhada de criação de jogos para o desenvolvimento intelectual de crianças em contextos de inclusão escolar. Como resultado definiu-se o framework “Eu fiz meu game” para desenvolvimento de jogos em contextos escolares. As análises dos resultados da pesquisa revelam o empoderamento das crianças envolvidas frente aos desafios propostos, a operação intelectual em níveis complexos, o protagonismo na construção de soluções e a valorização das diferenças individuais, favorecidas pelas atividades coletivas e colaborativas vivenciadas no processo de criação de jogos digitais.
Abstract. This paper discusses the framework "I made my game" which proposes pedagogical and design activities for the development of a digital game by children. The research approach was the Design-based Research, which combines research and practice in the context of the school. The research participants were four nine-years-old students -including two with intellectual disabilities -in collaboration with researchers and undergraduate students from the areas of education, computer science and game design. The study shows that game design applied to education promotes the development of creative activity in children with and without intellectual disabilities.Resumo. Discute-se neste artigo o framework "Eu fiz meu game" o qual propõe atividades que englobam todas as etapas pedagógicas e de design para o desenvolvimento de um jogo digital por e com crianças. A metodologia de pesquisa foi o Design-based Research, que alia pesquisa e prática no contexto da escola. Participaram da pesquisa quatro crianças de nove anos de idadedentre as quais duas com deficiência intelectual -, em parceria com pesquisadoras e acadêmicos das áreas da educação, ciência da computação e design de jogos. O estudo evidencia que o design de jogos aplicado à educação permite o desenvolvimento da atividade criativa em crianças com e sem deficiências intelectuais. IntroduçãoA criação de jogos digitais por crianças é defendida por diferentes autores como a possibilidade de trabalhar conceitos e estratégias complexos e, para além dos conhecimentos da tecnologia, propiciar a interação entre diferentes áreas do conhecimento. De Paula, Valente e Hildebrand (2016) acreditam que o jogo digital como uma forma cultural contemporânea, faz parte de um debate atual na educação acerca dos diversos letramentos -imagéticos, sonoros -que os aprendizes devem desenvolver. Li (2014) argumenta que a aprendizagem por meio do design de jogos digitais favorece o desenvolvimento de habilidades como criatividade, comunicação, pensamento crítico, lógica e resolução de problemas.Para o desenvolvimento de jogos com e por crianças, encontram-se na literatura propostas metodológicas tais como definem Marchetti e Valente (2015), Moser (2015) e Li (2014). Estes propõem modelos que estabelecem etapas e estratégias para o desenvolvimento de atividades de criação de jogos, evidenciando necessidades específicas, estratégias e abordagens de design.
RESUMO Este artigo tem como propósito avaliar o processo de construção colaborativa de jogo digital por crianças com e sem deficiências em contexto de educação regular. Trata-se de uma pesquisa aplicada e qualitativa, cujos referenciais teórico-metodológicos se embasam na abordagem histórico-cultural de Vigotski sobre atividade criativa de alunos com deficiência intelectual, no Design-Based Research (DBR), que alia a pesquisa em educação aos problemas vivenciados na prática por meio da colaboração entre participantes e pesquisadores, e no framework de criação de jogos digitais por crianças. Participaram da pesquisa 25 crianças, dentre elas três com deficiência intelectual, do 4º ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal no Brasil. A pesquisa interdisciplinar alia Educação, Design e Engenharia da Computação em um processo de criação que emprega técnicas pedagógicas e de design de jogos, compartilhamento de ideias e colaboração entre crianças do Ensino Fundamental e acadêmicos do Ensino Superior. Como resultado, obteve-se um jogo digital de autoria e de idealização coletiva dos estudantes, na definição de personagens, cenários, mecânicas de jogos e narrativas. Tais resultados conferem o protagonismo das crianças no processo de criação, a aprendizagem de crianças com deficiência, a integração academia-escola e a viabilidade da aplicação do framework em contextos de educação regular e inclusivos.
RESUMO: Este artigo examina a elaboração de conceitos em crianças com e sem deficiências em atividades de criação de jogos digitais. O estudo apresenta o uso da tecnologia em uma abordagem pedagógica sustentada nas teorias de Vigotski relacionadas à elaboração conceitual, à imaginação e à criatividade na infância e nos estudos em design de jogos com crianças. A pesquisa qualitativa adotou o Design-Based Research (DBR) como abordagem metodológica, que possibilitou a atuação colaborativa e coletiva de estudantes em atividades de criação de jogos. A equipe interdisciplinar foi composta por pesquisadores e acadêmicos das áreas de computação, de educação e de design e de quatro crianças do terceiro ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal de Itajaí, Santa Catarina, dentre as quais duas com deficiência intelectual. A análise dos dados revelou a apropriação das crianças sobre conceitos acerca de jogos digitais e seus componentes, a percepção do processo de criação de jogos, a complexidade inerente à construção de tecnologias e o olhar crítico das crianças relativos aos jogos e seu uso. As diferenças intelectuais entre as crianças foram superadas por meio de abordagens que favoreceram suas diferentes competências, o que proporcionou a admiração entre os pares, o respeito mútuo e a inclusão escolar.
Discute-se neste artigo o framework “Eu fiz meu game” o qual foi construído para o desenvolvimento da criatividade por meio de criação de jogos digitais por e com crianças no contexto de inclusão escolar. O framework emprega abordagens do design participativo propiciando o protagonismo da criança em todas as atividades, por meio de técnicas diferenciadas como cartões de ideias, w-questions cards, brainstorm, desenho, design experimental, implementação, dentre outras. A metodologia de pesquisa foi o Design-based Research, abordagem que considera profunda colaboração entre pesquisadores e participantes no sentido de alcançar os objetivos teóricos e práticos da investigação. Participaram da pesquisa quatro crianças de nove anos de idade – dentre as quais duas com deficiência intelectual -, em parceria com pesquisadoras e acadêmicos das áreas da Educação, Ciência da Computação e Design de Jogos. A pesquisa partiu da compreensão de que a participação das crianças, notadamente as com deficiência intelectual, na construção dos jogos, e não somente no jogar, possibilita o desenvolvimento da imaginação e criatividade na infância e consequentemente das funções psicológicas superiores, necessárias ao pensamento complexo, aliando os conceitos do design participativo às concepções de aprendizagem e desenvolvimento do campo da psicologia histórico-cultural desenvolvida por Vigotski. O estudo evidenciou que a produção de um jogo digital sustentado em um framework colaborativo favoreceu a aprendizagem das crianças, especialmente aquelas com deficiência intelectual, as quais viveram a experiência de interação e de criação em atividades de jogos, ampliando seu universo de imaginação e materialização de sua criatividade.
A criação de jogos digitais como possibilidade de uma abordagem pedagógica transdisciplinar é discutida neste artigo. Apresenta-se um relato de experiência de criação de um jogo digital por crianças do ensino fundamental, mediadas por professores e acadêmicos do ensino superior. A pesquisa realizada em uma escola da rede municipal de Itajaí - SC, envolveu 25 crianças do 4º ano, dentre elas, três com deficiência. A metodologia de abordagem qualitativa é baseada no Design Based Research e na aplicação do framework “Eu fiz meu game”, e contou com a realização de oficinas semanais de criação de jogos na escola, num período de oito meses. Os resultados revelam o potencial de uma aprendizagem por resolução de problemas, as possibilidades de aplicação de conhecimentos de diversificadas áreas e o desenvolvimento de competências e habilidades favorecidas pelo trabalho coletivo e colaborativo entre crianças, acadêmicos e professores.
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