EDITORIALApresentamos aos leitores e leitoras mais um número da revista Psicologia em Estudo. O trabalho aqui objetivado contém um longo e árduo processo que envolve grande número de pessoas que se dedicam para a construção da ciência no país. Esse esforço coletivo tem se tornado cada vez mais penoso uma vez que vivenciamos um contexto de múltiplos ataques às conquistas democráticas. Resistimos denunciando os cortes realizados às ciências e à tecnologia e marcando que esses cortes comprometem os rumos da pesquisa em nosso país. Ressaltamos que os cortes estão se acirrando nos últimos três anos e o orçamento de 2017 ficou em torno 44% menor, de R$ 5,8 bilhões para R$ 3,2 bilhões, segundo publicação no site da UOL do dia 11/07/2017. Uma das consequências imediatas é o corte de bolsas anunciado pelo CNPq (maior agência de fomento de pesquisa do país), além da precarização de toda ordem que esse fato acarreta. Bem, mas o que está no cerne desta questão? Que lugar o conhecimento ocupa nas políticas públicas de nosso país? O conhecimento é necessário para compreensão do mundo, é fundamental na construção de ferramentas que possibilitem a sua transformação. Sem uma compreensão profunda acerca da produção dos fenômenos da realidade ficaremos fadados a pseudo-explicações .Como vimos apresentando em editoriais anteriores, o momento é de luta. Luta, inicialmente, pela própria humanização do homem, no sentido de apropriação dos conhecimentos produzidos historicamente. Luta no sentido da defesa do gênero humano, em toda sua complexidade. São lutas que vão se dando, também, nas produções científicas, como é o caso deste número da revista.Aqui vamos discutir sobre temas como reforma psiquiátrica; arte; a psicanálise e conexões com a cultura, a sociedade e a política; as políticas públicas; a educação especial; o sistema prisional; o adoecimento; a exclusão entre outros assuntos que vão transversalizando os vários artigos.A psicologia muito já fez pelo desenvolvimento dos homens nestes 55 anos de regulamentação da profissão. Não podemos deixar de lembrar que em agosto essa ciência está fazendo aniversário. Embora uma ciência que tenha nascido para servir a ideologia daqueles que mantém os meios de produção, a história mostra que muitos foram os psicólogos que defenderam causas em defesa da dignidade humana, no âmbito da clínica, da educação, das relações de trabalho, em hospitais, na justiça, por exemplo, ou seja, naquelas esferas onde o homem pode ser subjugado ou emancipado na sua cotidianidade.Embora o momento seja de luta, de desânimo, não podemos deixar de rever a história e valorizar ações que foram efetivas em prol do desenvolvimento humano. Elas podem nos inspirar a pensar em formas de enfrentamento coletivo aos ditames do capital, na busca da formação de um novo homem. Neste sentido, Vygotsky (1930, p. 12) afirma "[...] tão só uma elevação de toda a humanidade a um nível mais alto de vida social -a libertação de toda a humanidade -pode conduzir à formação de um novo tipo de homem".Desejamos que essas pequenas reflexõe...
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