Partindo da ideia de que os gêneros são construções da vida humana, que como todas as demais estão limitadas a demandas culturais, neste artigo me apropriarei um pouco do que já pensou Hannah Arendt, Judith Butler, Virginie Despentes, entre outros, para pensarmos quais outras elaborações poderíamos alcançar. Essas mulheres são exemplos de que a crítica à tradição não repercute em vazios inférteis, mas o terreno e a condição para o novo. Alçar voos para além da casa e adquirir mais responsabilidades no mundo do trabalho não significou liberação. Que outras performances estejam por vir e que nenhum poder seja dispensado.
O presente artigo retoma a proposta de oficina de leitura e produção de textos filosóficos relatada no livro Filosofia: entre o ensino e a pesquisa – ensaios de formação (org. Carmelita B. de Freitas Felício), dez anos após sua escrita e, numa atividade dialógica entre discípulo e mestra, demonstra na prática a fertilidade da proposta que, ao explorar a diversidade de gêneros e estilos literários em filosofia, suscita pensamentos distintos, valorizados por cada modalidade de expressão específica. Realçar a importância da diversidade de modos de se expressar pensamentos, como fator enriquecedor artístico e estilístico da criação filosófica, é o propósito deste trabalho. Tal realce tem consequências importantes na relação pedagógica entre discípulo e mestre no ensino da filosofia. Dentre as reflexões explanadas nas experiências de escrita compiladas, a reivindicação da espacialidade como conceito relevante em filosofia, para promover a descolonialidade do sujeito de pensamento, permeia todo o escrito. Tal reivindicação tem relação com práticas transdisciplinares e transculturais.
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