RESUMOAvaliamos a função autonômica cardíaca de pacientes chagásicos, hipertensos, e chagásicos portadores de hipertensão arterial e comparamos com o grupo controle, por meio do estudo computadorizado da variabilidade da freqüência cardíaca no estado basal de repouso supino, esfriamento facial (estímulo parassimpático) e ortostatismo passivo (tilt test). Foram estudados 80 indivíduos em quatro grupos de 20: chagas (CHG), hipertenso (HAS), chagas-hipertenso (CHG-HAS) e controle (CONT), com idade entre 21 a 60 anos. Todos foram avaliados por eletrocardiograma, ecocardiograma, radiografia de tórax, bioquímica do sangue, sorologia para doença de Chagas e, nos chagásicos, estudo radiológico contrastado de esôfago e cólons para caracterização quanto à forma clínica. Não houve diferença entre os grupos quanto à idade, gênero, e uso de medicamentos, índices de desempenho ventricular esquerdo e diâmetros cavitários cardíacos. Os grupos CHG e CHG-HAS não diferiram quanto ao número de pacientes pertencentes a cada forma clínica da doença. Os níveis pressóricos dos pacientes hipertensos e chagásicos-hipertensos foram semelhantes e significativamente maiores do que os níveis dos chagásicos e controles. Na condição basal e durante o ortostatismo não se observou diferença estatística quanto aos índices temporais. As respostas autonômicas ao esfriamento facial não foram diferentes entre os grupos, sugerindo preservação da resposta vagal. Palavras-chaves: Doença de Chagas. Hipertensão arterial. Variabilidade da freqüência cardíaca. INTRODUÇÃOA doença de Chagas é uma enfermidade endêmica altamente prevalente no Brasil. Descrita por Carlos Chagas, é causada por um protozoário hemoflagelado, o Trypanosoma cruzi 1 2 . Estimase que 4 a 6 milhões de brasileiros estejam acometidos pela doença, e, apesar dos avanços obtidos no controle da transmissão vetorial, grande número de doentes crônicos permanece 3 4 5 6 .A disfunção autonômica cardíaca em pacientes chagásicos vem sendo estudada por meio da análise computadorizada da variabilidade da freqüência cardíaca e tem sido evidenciada por vários pesquisadores 7 8 9 10 11 A atividade simpática pode estar aumentada devido a fatores atuando no controle central, emoções, atividade física, ou devido a uma retroalimentação (feedback) negativa pouco eficiente. Estudos indicam uma depressão do mecanismo barorreflexo em determinadas condições patológicas, como na doença de Chagas 12 .Há evidências de que esta atividade simpática faça parte não só de mecanismos fisiológicos e da fase inicial da hipertensão arterial, como também da fase de manutenção dos níveis pressóricos elevados, junto aos mecanismos de longo prazo relacionados ao balanço hidroeletrolítico 13 .Associando-se o estudo eletrocardiográfico contínuo para a análise dos intervalos RR e provas clínico-funcionais que desafiam o sistema nervoso autônomo, o registro da modulação autonômica se torna mais sensível, permitindo estudar as alterações existentes em determinadas condições patológicas, como na doença de Chagas 10 11 14 15 e no diab...
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