O Brasil é o segundo maior produtor de carne de frango do mundo e o abate de frango depende de um elevado consumo de energia. A gestão eficiente de energia elétrica está diretamente relacionada à conservação dos recursos naturais e a competitividade econômica. Portanto, a produção mais limpa (P+L) é uma ferramenta favorável para otimizar processos e minimizar os impactos ambientais. O objetivo deste trabalho foi implementar a metodologia de P+L para o gerenciamento de energia elétrica em um frigorífico de aves na região oeste de Santa Catarina, Brasil. A implementação dessa metodologia gerou benefícios ambientais, como a melhoria significativa de 4,5% no indicador de energia elétrica em kWh/tonelada do processo de produção de frango, relacionado a todas as oportunidades implementadas. Esse percentual corresponde a economia de mais de 1100 MWh por ano, o que representou um mês de consumo médio de eletricidade de mais de 10 mil domicílios familiares no Brasil, demonstrando desta maneira uma contribuição socioeconômica sustentável. Proporcionou também benefícios econômicos, uma vez que foram identificadas mais de 130 oportunidades, destas, 76% foram implementadas com boas práticas operacionais e baixos investimentos, contribuindo para melhorar o desempenho da empresa.
A emergência de saúde mundial expôs a insegurança alimentar que a dependência do trabalho manual impõe à cadeia produtora de proteína animal. Dentre as alternativas que incutem resiliência à produção de alimentos, está a automação. Nesta pesquisa a resiliência é compreendida como a capacidade da cadeia produtora de alimentos em se adaptar a eventos disruptivos, e transcender a ruptura com robustez. Em períodos de escassez de mão-de-obra, tornar automática a tarefa repetitiva libera a mão-de-obra para outras tarefas não automatizadas. O índice de automação na indústria de alimentos em países em desenvolvimento é menor se comparado aos países desenvolvidos. O objetivo deste estudo foi analisar as motivações para adoção de automação na agroindústria de abate de frango, para isto, foram entrevistados gestores de agroindústrias de grande porte no sul do Brasil. Dentre os achados desta pesquisa, a emergência de saúde foi um motivador para adoção de automação de tarefas, assim como, as restrições sanitárias, porém, as incertezas mercadológicas, a retomada lenta da economia e elevados custos dos insumos, bem como, custos extras decorrentes da pandemia, adiaram os planos de automação agroindustrial. Fica evidente que a emergência de saúde causada pela pandemia do Covid-19 instigou a resiliência das agroindústrias e suscitou o sentido de urgência no setor de alimentos para a automação.
As empresas da cadeia de alimentos orgânicos, que visam melhorar a rastreabilidade de alimentos com a tecnologia blockchain, enfrentam decisões importantes relacionadas com as características da cadeia de valor orgânico, que abrange a otimização da colaboração dos parceiros da cadeia e a seleção de quais dados capturar nessa ferramenta. Este estudo avalia a aplicação da tecnologia blockchain para aprimorar a confiança do consumidor nas cadeias alimentares “da fazenda ao garfo” com base na qualidade e certificação de produtos orgânicos, especificamente para espumantes. A metodologia decorre de um estudo de caso em uma propriedade rural, localizada em Garibaldi-RS, Brasil. Para análise dos dados, utilizou-se a metodologia de análise de conteúdo. Com base no estudo desenvolvido, foi possível identificar que existem atributos da tecnologia blockchain que podem contemplar as expectativas do produtor de espumantes orgânicos, participante da pesquisa. Blockchain atribui rastreabilidade em tempo real ao processo de fabricação, tornando-o transparente e seguro, além de propiciar vantagens econômicas e competitivas à empresa produtora.
O bem-estar animal tem o propósito de determinar as melhores práticas de manejo, com respeito às necessidades naturais do animal, e a certificação para bem-estar animal é uma forma de comunicar ao consumidor com credibilidade, consequentemente, agregar valor ao produto, associado a Willingness-to-pay, que consiste na disposição do consumidor a pagar um diferencial, além de atender às metas de sustentabilidade. A transição para o sistema de bem-estar animal envolve as adequações de estrutura da propriedade e alterações no manejo consonantemente associadas a investimentos financeiros. Os objetivos específicos deste trabalho são: (i) identificar as adaptações dos sistemas produtivos de bovino recria-engorda a pasto e confinado para obter a certificação de bem-estar animal no modelo cinco domínios e (ii) quantificar os investimentos financeiros necessários para a adaptação dos sistemas de produção. Utilizou-se o método de estudo de caso exploratório e descritivo, com estratégias de pesquisa de campo, observação qualitativa e análise documental. Os investimentos das adequações foram classificados pelo método custeio por observação proporcional a cada animal produzido. Como resultado deste estudo de caso, no manejo a pasto, cada bovino certificado com bem-estar animal tem um investimento incremental de 4,16%, sendo os investimentos mais altos decorrentes da mão de obra e encargos sociais. Para o confinamento, o investimento incremental foi estimado em 9,48% por bovino e decorrente das adaptações da infraestrutura. A dimensão dos investimentos permite ao agricultor avaliar a possibilidade de explorar um nicho de mercado diferenciado.
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